Ribeirão Preto, Quarta-feira, 14 de Setembro de 2011

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Pedestres disputam calçada com postes, lixeiras e caçambas

Quem se arrisca a andar pelo centro de Ribeirão enfrenta espaços estreitos com menos de um metro de passagem

Normas da ABNT , que estabelecem mínimo de 1,20 m livre para andar, não são seguidas à risca na legislação municipal

ELIDA OLIVEIRA
DE RIBEIRÃO PRETO

Pedestres de Ribeirão Preto têm "enfrentado" as calçadas do centro da cidade -com passagens de menos de um metro de largura- e disputado espaço com os mais diversos obstáculos.
A Folha flagrou nos últimos dias problemas em sete calçadas: bancas de revista, postes de luz, placas de trânsito, caçambas, lixeiras e caixas de papelões à espera do caminhão de lixo "espremem" os pedestres.
Na rua São Sebastião, o trecho entre as ruas Visconde de Inhaúma e Tibiriçá tem só um metro de área livre para passagem do pedestre. A ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) estabelece o mínimo de 1,20 m para passagem e outros 0,75 m de faixa de serviços, com lixeiras e postes, por exemplo.
Na mesma rua, entre a Tibiriçá e a Álvares Cabral, uma placa alertando sobre a interdição da ponte São Sebastião diminui ainda mais o espaço do pedestre: resta 0,9 m.
Outros exemplos tomam conta das calçadas do centro.
Na rua Duque de Caxias, entre as ruas Amador Bueno e a Álvares Cabral, a calçada tem 1,30 m, mas com o poste sobram 0,86 cm para passar -sem mencionar a obra, que avança com um tapume.

DEFASAGEM
De acordo com o engenheiro José Laguna, diretor da Aeaarp (associação de engenharia de Ribeirão), a legislação aplicada em Ribeirão é defasada e não segue a ABNT.
Ele diz que as regras estabelecem o mínimo de 1,20 m para calçadas, mas não falam o que pode ter no espaço. Há cerca de meio século o problema não tem solução.
Segundo o arquiteto José Luiz de Almeida, as calçadas do centro foram feitas para o pedestre, mas na década de 1960 foram estreitadas para dar espaço a carros nas vias.
Há três anos, Almeida fez um diagnóstico das calçadas do quadrilátero central e disse: "Nada mudou". Das 183 quadras, 50 têm problemas: 32 delas não apresentam a largura mínima e outras 18 tinham a largura exigida, mas a faixa de circulação de pedestres foi comprometida por obstáculos.
Para Fabiano Guimarães, presidente da Frente Cívica, há pelo menos 200 calçadas em toda a cidade com problemas. Além do espaço estreito, o mato avança sobre o passeio em terrenos baldios.


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