Ribeirão Preto, Sábado, 15 de Janeiro de 2011

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Faltam 272 leitos psiquiátricos na região

Laudo encomendado pela Promotoria diz ainda que há carência de 15 centros especializados em saúde mental

Caps 3 em Ribeirão chega a ter 20 na fila de espera; sem vaga, pacientes com surtos são até amarrados

JULIANA COISSI
DE RIBEIRÃO PRETO

Um laudo encomendado pelo Ministério Público Estadual aponta que faltam 272 leitos psiquiátricos e 15 Caps (Centros de Atenção Psicossocial) na região de Ribeirão Preto para sanar as falhas no cuidado com pacientes mentais e usuários de drogas.
O documento foi elaborado pelo psiquiatra Gerardo Maria de Araújo Filho, da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), diretor-técnico do AME de Psiquiatria Vila Maria, em São Paulo.
"A região possui uma deficiência de leitos psiquiátricos", diz trecho do relatório.
Há 108 vagas do gênero em Ribeirão, diz o laudo, o que significa um leito para 14.676 habitantes em uma área abrangendo 37 cidades.
O ideal, para o especialista, é que fossem criados mais 272 leitos, de forma a atender a exigência do Ministério da Saúde de que se cumpra um parâmetro de 2,4 leitos para cada 10 mil habitantes.
Outra crítica é a de que faltam centros especializados para atender crianças, adultos e usuários de drogas. Hoje há um ou dois centros na região para cada segmento, quando deveria haver sete.
Pela projeção do especialista, a região necessita de mais seis Caps infantil -hoje, só há um em Taquaritinga- e cinco Caps AD (álcool e drogas) -existe um em Ribeirão e outro em Santa Rita do Passa Quatro. Também é preciso mais quatro Caps adultos de níveis 2 e 3.

SURTO PSICÓTICO
A falta de mais leitos a serem abertos pelo Estado é uma das principais críticas das prefeituras. Em Ribeirão, o Caps 3 chega a ter fila de espera de até 20 pessoas.
Sem vagas, pacientes com surto psicótico precisam aguardar às vezes até amarrados em postos de saúde.
"Temos um número de leitos muito restrito. Não só aqui, mas na região o tempo de espera para liberar uma vaga no Estado é grande", disse o coordenador da saúde mental em Ribeirão, Alexandre Firmo de Souza Cruz.
Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde diz não ter tido acesso ao relatório, mas que apoia a criação de Caps pelas prefeituras. Afirma, ainda, que nos últimos dois meses o Estado criou mais 40 leitos hospitalares, garantindo atendimento sem filas.


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