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Abandono domina quadras públicas em Ribeirão Preto
Problemas em fiação, vestiário e marcação nas quadras foram vistos pela Folha
Moradores de bairros da periferia temem presença de bichos e de usuários de drogas nas proximidades das quadras da cidade
ALAN DE FARIA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA RIBEIRÃO
Fiações roubadas. Vestiários
destruídos. Falta de tinta nas
quadras. Ausência de policiamento para coibir o uso de drogas. Essas são algumas das características das quadras e
campos públicos localizados
em oito bairros de Ribeirão, visitados pela Folha.
Abandono é a síntese das
duas quadras do Jardim Paiva.
Além das cestas de basquete
estarem pichadas, as telas de
proteção, quebradas, e as traves dos gols, velhas, o mato, ao
redor das quadras, está alto, o
que deixa apreensivos os moradores do bairro. "Tenho medo
dos bichos que podem estar escondidos por lá", diz a dona-de-casa Fabiana Helena Vieira, 26.
Outro problema, apontado
pela também dona-de-casa
Liamara Elisandra da Silva, 29,
é a falta de iluminação. "Iam
instalar torres de luz, mas não
fizeram isso até hoje", disse.
Segundo as duas, jovens consomem drogas à noite no local.
No Avelino Palma, jovens fumavam maconha à tarde, enquanto outros jogavam futebol
em uma quadra sem demarcação das linhas com tinta.
Já quem passa pelo bairro
Adelino Simioni tem dificuldade em encontrar a quadra, ainda em construção e sem cesta
de basquete e traves. O campo
de futebol estava tomado pelo
mato. "Faz um mês que não jogamos lá", disse o encanador
Antonio Nascimento.
Perto dali, o presidente da
associação de moradores do
Quintino Facci 2, Ivaldo Francisco Araujo, 52, tenta reformar o complexo, composto por
um campo e duas quadras: uma
de malha e outra poliesportiva.
"Encontramos o espaço bastante abandonado e sem fiação.
Os vestiários estão destruídos e
se tornaram local de consumo
de drogas", disse.
No Quintino Facci 1, há um
campo, cujo chão tem mais terra do que grama. O local recebe
cuidados do aposentado José
Luiz da Silva, 60. "É preciso telas de proteção para evitar que
as bolas caiam nas casas vizinhas." Os vestiários têm água
por que Silva, por conta própria, comprou a caixa d'água.
É também a comunidade do
José Sampaio quem mantém o
campo e a quadra no bairro.
"Os moradores contratam tratores para cortar a grama", disse Ari Eduardo de Souza, 56,
dono de um restaurante em
frente ao local. Segundo ele, os
moradores fizeram abaixo-assinado para reativar a quadra
de malha.
Por fim, a quadra do Presidente Dutra 2 está sem fiação e
traves e tem telhas quebradas.
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