Ribeirão Preto, Segunda-feira, 15 de Fevereiro de 2010

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Sem "errar", Acadêmicos vira favorita

Com enredo sobre vaidade, escola de Batatais fez apresentação empolgante na primeira noite de desfiles, no sábado

As outras duas escolas que desfilaram anteontem, Unidos da Fiel e Riachuelo, não se apresentaram com o mínimo de integrantes

Márcia Ribeiro/Folha Imagem
Membros da comissão de frente da escola Acadêmicos do Samba reproduziram com dança os rituais egípcios, durante desfile

VERIDIANA RIBEIRO
ENVIADA ESPECIAL A BATATAIS

Numa noite marcada por falhas técnicas e atrasos, a Acadêmicos do Samba, a última das três escolas a desfilar já na madrugada de ontem, na primeira noite do Carnaval de Batatais, fez uma apresentação empolgante e desponta como uma das favoritas ao título.
Com seu enredo "Carnavaidade", a escola foi buscar no antigo Egito dos faraós a inspiração para falar de um tema incomum. "Carnaval é a própria definição da vaidade", resumiu o carnavalesco da escola, Silvio Luís Craco, 40.
Pela exuberância das fantasias ou pela força de seu samba-enredo, a apresentação da Acadêmicos superou o desfile de suas duas antecessoras, a Unidos da Fiel, estreante do Carnaval de Batatais, e a tradicional Riachuelo, bicampeã da festa nos anos de 1996 e 1997.
Além disso, a escola não pecou nos quesitos técnicos: desfilou sem ultrapassar o tempo de uma hora e conseguiu colocar mais do que o número mínimo de integrantes exigido pela Uesb (União das Escolas de Samba Batataenses), 250. Segundo a organização, desfilaram mais de 300 componentes na Acadêmicos.
Unidos da Fiel e Riachuelo não desfilaram com o mínimo de integrantes, de acordo com o vice-presidente da Uesb, Ubaldo Mozart Ribeiro. As duas perderam dez dos 90 pontos possíveis por causa da falha. É a primeira vez na década que duas escolas perdem pontos por isso na cidade.
Fernando Faro, 31, coreógrafo da Acadêmicos há três anos, foi o criador dos movimentos da comissão de frente e encarnou um irrepreensível faraó, a personificação da vaidade no Egito, rodeado por um grupo de oito sacerdotes.
Por meio da dança, que incluiu até movimentos de rituais egípcios, a comissão de frente reproduziu o culto que se fazia aos faraós vivos e aos já mumificados.
No sambódromo, a escola também fez remissões à beleza grega, à vaidade disseminada entre os povos, essa simbolizada por uma ala de nobres franceses, à "fome de vaidade", falando da obsessão atual pela alimentação saudável, e até à medicina estética.

Début
Com cerca de 45 minutos de atraso, a Unidos da Fiel fez seu primeiro desfile anteontem para homenagear os 100 anos do Corinthians. A celebração ao centenário do clube estava explícita logo no carro abre-alas, um bolo de aniversário branco, com 12 m de altura, decorado com imagens de ex-jogadores como Sócrates, Neto, Biro-Biro, e o ex-goleiro Ronaldo.
A Riachuelo também atrasou cerca de 40 minutos para apresentar seu Carnaval, que teve arco-íris e suas simbologias como enredo. Segundo o presidente da escola, Ariovaldo Piovan, 39, a demora ocorreu por causa de um problema com o segundo carro alegórico, que terminou de ser montado na concentração. Era preciso encaixar nele justamente um arco-íris.
Segundo o vice-presidente da Uesb, nenhuma das duas escolas será penalizada pelo atraso que decorreu de problemas da própria organização da festa.


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