Ribeirão Preto, Quarta-feira, 15 de Setembro de 2010

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Promotor é punido por causa de Suzane

Eliseu Berardo, de Ribeirão, é suspenso com base em denúncia de sedução feita por Suzane von Richthofen

Condenada por matar os pais disse que promotor pôs música romântica para ela; acusado diz que as provas são falsas


Edson Silva-15.jan.2007/Folhapress
Escoltada por policiais, Suzane deixa prédio da Promotoria após depoimento em Ribeirão

JULIANA COISSI
DE RIBEIRÃO PRETO

A Corregedoria Geral do Ministério Público Estadual decidiu aplicar uma pena de suspensão de 22 dias ao promotor Eliseu José Berardo Gonçalves, de Ribeirão Preto.
Ele é acusado por Suzane von Richthofen, 25, condenada por matar os pais em 2002, de tentar seduzi-la dentro da Promotoria.
Segundo a jovem relatou a uma juíza, o promotor teria se oferecido para ajudá-la e até teria colocado uma música romântica quando ela foi ao gabinete dele, em 2007, depor sobre supostos maus-tratos na Penitenciária de Ribeirão, onde estava presa.
Decisão publicada ontem no "Diário Oficial do Estado" aplica a pena de suspensão ao promotor, segundo o texto, por ele ter "descumprido dever funcional" previsto na Lei Orgânica do Ministério Público Estadual.
Segundo a decisão, o promotor descumpriu um dos artigos que diz que o profissional deve "manter, pública e particularmente, conduta ilibada e compatível com o exercício do cargo".
Procurado ontem pela Folha, o promotor invocou a justiça divina e afirmou que muitas das provas colhidas eram falsas e que pessoas "mentiram descaradamente" (leia texto nesta página).
Nos 22 dias de suspensão, ele não vai receber salário. Procurada, a Corregedoria não disse a qual caso se refere a punição -alegou que o processo corre sob sigilo. O promotor admitiu que é o caso de Suzane.
Sobre a gravidade da pena, a Corregedoria admitiu não ser comum um afastamento tão grande.

DEPOIMENTO
O depoimento foi tomado em janeiro de 2007. Suzane chegou à Promotoria às 10h e deixou o prédio às 20h. Segundo o promotor, Suzane chorou e se recusou a comer.
O advogado de Suzane, Denivaldo Barni, disse na época, e reiterou ontem, que só soube pela imprensa que ela estava depondo.


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