DA FOLHA RIBEIRÃO

A comprovação de que houve estímulo à reprodução de escravos no Brasil existe em estudos, por exemplo, para Minas Gerais, no século 18, e no Espírito Santo, no século 19, segundo o historiador Manolo Florentino, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).
De acordo com o historiador, isso não significa que escravos eram "tratados como gados". "Há um mito na historiografia. Os escravos tinham a chance de escolher no plantel seu parceiro. Isso está documentado", disse.
Com a afirmação, o historiador não pretende negar a violência à qual os negros foram submetidos. Mas, defende Florentino, um sistema baseado apenas em imposições e punições, sem margens de negociação, não teria se sustentado.
Na região de Ribeirão, a dissertação de mestrado defendida na USP de Ribeirão pela economista Juliana Garavazo também aponta para reprodução entre escravos em Batatais, possivelmente estimulada pelos donos de terras, que já produziam café. A Folha não conseguiu ouvir Garavazo.


Texto Anterior: Painel Regional
Próximo Texto: Infância: Criar crianças negras em grande número dava prejuízo
Índice