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Inclusão digital ainda não é realidade na sala de aula
Conselho de Educação vê falta de preparo do docente e pouco uso de laboratórios
Ainda existe resistência principalmente por parte dos professores mais velhos, de acordo com a Diretoria de Ensino de Ribeirão Preto
JEAN DE SOUZA
DA FOLHA RIBEIRÃO
Alvo de políticas públicas de
governos e da iniciativa privada
nos últimos anos, a inclusão digital nas escolas da região ainda
tenta decolar. Para alçar os estudantes -principalmente os
das escolas públicas, com menos acesso a computadores em
casa- ao universo digital, persistem alguns obstáculos, como
a falta de equipamentos e de
preparo dos professores.
Somente na rede estadual,
escolas das quatro maiores cidades da região -Ribeirão,
Franca, São Carlos e Araraquara- receberam 2.496 computadores neste ano. A essas máquinas, somaram-se outras distribuídas por programas federais,
municipais e privados.
Aluna do 1º ano do ensino
médio da escola estadual Dr.
Guimarães Júnior, Michele Resende da Silva, 16, diz ainda não
ter sido incluída nesse movimento de digitalização. "Nunca
uso o computador na escola. Sei
que depois das férias [do meio
do ano], trouxeram computadores novos, mas nunca utilizamos", afirmou.
Para o presidente do Conselho Municipal de Educação, José Marcelino Rezende Pinto, a
falta de preparo dos educadores é o principal empecilho para o sucesso da inclusão digital
nas escolas. Ele elenca ainda insuficiência de equipamentos, e
a respectiva manutenção, e a
subutilização de laboratórios,
entre outros gargalos.
Professor coordenador para
tecnologia da Diretoria de Ensino em Ribeirão, Fábio Gomes
Silva diz que a maior parte dos
professores estaduais tem
acesso a cursos de capacitação,
mas ainda há resistência, principalmente dos mais velhos.
Por receio, muitas vezes os
laboratórios eram subutilizados. Um novo programa do governo estadual deve quebrar
parte dessa resistência, segundo Gomes.
Com alunos contratados para serem monitores, o Acesso
SP, que deve estar em todas as
escolas estaduais no primeiro
trimestre do ano que vem, prevê que os laboratórios de informática fiquem abertos para os
alunos mesmo quando estiverem sem aulas.
Experiências parecidas já são
desenvolvidas em São Carlos e
Araraquara, onde, nas escolas
da rede estadual, os laboratórios usados pelos alunos também são abertos para a comunidade em horários sem aula e
durante os finais de semana.
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