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Balança comercial tem 1º deficit em 5 anos
Resultado em Ribeirão foi causado pela queda livre das exportações e pela recuperação das importações em novembro
Em relação a novembro de 2008, vendas ao exterior diminuíram 61% por causa da queda do dólar; já as compras subiram 17%
Silva Junior/Folha Imagem
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Funcionários na linha de montagem da Dentflex, que apresentou queda de 20% nas exportações
JEAN DE SOUZA
DA FOLHA RIBEIRÃO
A combinação entre as exportações em queda livre e a
importação recuperando seu
ritmo normal levaram Ribeirão
Preto a ter seu primeiro deficit
na balança comercial desde pelo menos janeiro de 2004, primeiro mês em que o Ministério
do Desenvolvimento disponibilizou dados municipais sobre
o comércio exterior.
Em novembro, a maior cidade da região exportou 61% menos na comparação com o mesmo mês de 2008. Já as importações subiram 17%. A diferença
entre o que Ribeirão comprou e
vendeu no exterior foi de US$ 3.769.504.
Para o coordenador do Núcleo de Comércio Exterior do
Ciesp (Centro das Indústrias
do Estado de São Paulo) de Ribeirão Preto, Rodrigo Faleiros,
a cidade sofreu com dois movimentos distintos em novembro. O primeiro veio das importações, que retomaram níveis
anteriores à crise econômica.
A situação da exportação, segundo ele, "é mais gritante". A
diminuição já era anunciada,
por causa da queda do dólar
desde julho. Somente agora,
porém, diz Faleiros, a moeda
americana enfraquecida começou a provocar efeito mais grave nas vendas. Isso ocorre por
causo do intervalo entre o fechamento dos contratos e o
embarque dos produtos, que
pode levar mais de três meses.
Em Ribeirão, apenas o setor
sucroalcooleiro tem conseguido manter as vendas elevadas
com o câmbio fraco, de acordo
com Faleiros. A explicação está
na demanda aquecida pelo açúcar brasileiro, que tem suprido
a falta de oferta de outro grande
produtor, a Índia.
Setores com maior concorrência, como o do complexo
médico-odontológico, que tem
forte presença em Ribeirão, sofrem mais com a moeda.
"Com um câmbio desses é
impossível exportar", afirmou
Paulo Henrique Bis, diretor comercial da Dentflex, que vende
equipamentos odontológicos
para 25 países.
Na empresa, a queda nas exportações é de 15% a 20%, por
enquanto. Segundo Bis, o mercado interno aquecido tem suprido parte do que a Dentflex
deixou de vender no exterior.
Segundo o diretor de controladoria da Gnatus, Roberto Peterson Júnior, a eficiência produtiva da indústria local não
consegue superar a barreira do
câmbio no patamar de R$ 1,70.
A Gnatus, que também atua
no setor de equipamentos
odontológicos, exporta sua
produção para 127 países.
Peterson Júnior estima que o
efeito negativo do câmbio nas
exportações na região será ainda mais impactante no próximo ano.
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