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Juiz dá guarda definitiva de quatro irmãos para casal de gays em Ribeirão
JULIANA COISSI
DA FOLHA RIBEIRÃO
Um casal de gays conseguiu
na Justiça de forma definitiva
a adoção de quatro irmãos,
com idades entre 7 e 12 anos.
As crianças, que viviam em
abrigo, já moravam desde dezembro de 2006 com os cabeleireiros João Amâncio, 35, e
Edson Paulo Torres, 42.
A adoção foi concedida anteontem pelo juiz da Infância
e Juventude Paulo Cesar
Gentile. Segundo o magistrado, é o primeiro caso no país
da concessão de adoção de irmãos a homossexuais.
"Não é uma adoção corriqueira, mas não encontrei nenhum óbice legal. Concedi a
adoção porque criou-se laços
de afetividade e as crianças
estavam emocionalmente
bem", afirmou Gentile.
A mobilização para adotar
um grupo de irmãos, mais velhos e negros (fora do perfil
procurado para adoção), começou com uma carta escrita
por Suellen, 12, a mais velha,
ao juiz, em que ela pedia que
fossem adotados, mesmo que
precisassem ser separados.
Após o caso ser divulgado
pela TV, Torres, que já tinha
três filhos biológicos, e
Amâncio foram os únicos a se
interessar pela adoção. A escolha modificou a vida do casal, juntos há 17 anos. "Tive
que comprar um carro maior.
Criamos quarto para o menino e as meninas, compramos
móveis", disse Torres.
As crianças também mudaram, segundo o casal. Suellen
deixou de ter desmaios. Caroline, 10, que se mordia e arranhava, hoje vai bem na escola.
A caçula, Beatriz, não tem
mais sonos turbulentos. E
Willian, 7, parou de mexer na
mochila dos colegas de classe.
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