Ribeirão Preto, Domingo, 16 de Janeiro de 2011
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Dárcy "vende" como pronta obra inacabada Propaganda diz que cidade "está mais bonita" com a revitalização da Nove de Julho, mas trabalho lá só começou Sobre o parque Tom Jobim, texto em rádio e TV afirma que reforma está em andamento, mas nem licitação há
ARARIPE CASTILHO DE RIBEIRÃO PRETO A propaganda encomendada pelo governo Dárcy Vera (DEM) e veiculada em rádio e TV "vende" como prontas obras que não começaram -uma sequer tem licitação- ou estão pela metade. A Folha percorreu locais apresentados no comercial e constatou uma realidade diferente do que se tenta transmitir na publicidade. As maiores distorções são a avenida Nove de Julho e o parque Tom Jobim. A propaganda afirma que o parque "já está em obras", mas não há nenhum trabalho sendo feito no local. Questionada, a própria assessoria da prefeitura admitiu que não há licitação. Noutro trecho da peça comercial, afirma-se que "Ribeirão está mais bonita com a revitalização das avenidas Nove de Julho e Francisco Junqueira". O problema: na Nove de Julho, existem apenas alguns montes de pedras-sabão para substituir o mosaico português da calçada que divide as duas pistas. A prefeitura diz que as obras na Nove de Julho começaram no final de 2010, mas devido às chuvas houve um acréscimo de 60 dias no prazo ser concluído. Já na avenida Francisco Junqueira, a "revitalização" atingiu somente uma parte do canteiro central (entre a Jerônimo Gonçalves e o viaduto José Sarney). Uma crítica comum sobre a obra é que a calçada ficou muito estreita, dificultando a passagem de pedestres. O urbanista e coordenador do curso de arquitetura do Centro Universitário Moura Lacerda, José Antonio Lanchote, diz que isso impede a circulação de cadeirantes. O trecho tem 1 metro, mas ele diz que o adequado é mais de 1,5 metro. "Aquele trecho não pode ser usado como calçada porque é perigoso. O ideal seria ninguém usá-lo dessa forma." IMAGEM É TUDO A propaganda de Dárcy cita ainda os "completamente reformados" parques Roberto de Melo Genaro, Luiz Roberto Jábali (Curupira) e Luiz Carlos Raya, mas exibe imagens só do Maurilio Biagi, "totalmente novo". Com exceção do Melo Genaro, cujas obras foram determinadas pelo Ministério Público, os parques que já existiam receberam basicamente serviços de manutenção, como pintura e recapeamento do asfalto, além de acesso à internet. Para se ter uma ideia de como não foram ações vultuosas, os recursos que a prefeitura gastou com as obras em dois anos, excluindo verbas externas, não alcançam o valor do contrato de um ano com a agência de publicidade. Próximo Texto: Memória: Contrato é o mais caro da história Índice | Comunicar Erros |
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