Ribeirão Preto, Quarta-feira, 16 de Março de 2011

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Casa em São Carlos sofre assalto em frente a DP fechado

Duas delegacias foram fechadas no município, em um processo que a Polícia Civil chama de "reengenharia"

Outros dois distritos receberam a equipe dos DPs fechados; aumento, porém, não resolve o problema, diz delegado

VENCESLAU BORLINA FILHO
ENVIADO ESPECIAL A SÃO CARLOS

A casa em frente a um dos dois DPs (distritos policiais) fechados em São Carlos foi assaltada anteontem à noite. Por uma hora e meia, os moradores ficaram reféns de dois bandidos, que fugiram em um dos carros da família com dinheiro e objetos.
O 5º DP, no Jardim Santa Paula, funcionou até a última sexta-feira e não tinha delegado titular.
Os quatro policiais -dois investigadores e dois escrivães- que atuavam no local foram transferidos para o 3º DP, no centro, para iniciar o projeto de "reengenharia" da Polícia Civil.
Outra delegacia fechada foi o 4º DP, no Jardim Ricetti. Os funcionários foram remanejados para o 1º DP, na Vila Nery. Com a mudança, o número de delegacias em São Carlos caiu de cinco para três. A polícia diz que a ideia é aumentar a produtividade.
Para uma das vítimas, o médico L.R.J., 53, a sensação de insegurança aumentou com o fechamento do DP no local. "A gente já se sentia inseguro, mas essa decisão [de fechar DP] foi péssima."
No momento do assalto, seis pessoas estavam na casa. O médico dormia quando foi rendido por um dos bandidos. Sob armas apontadas para as cabeças, todos tiveram de se deitar de bruços e olhar para o chão.
A vítima relatou à Folha que a todo momento pensava que seria morta, porque os bandidos usavam toalhas para abafar o som de um possível tiro. Além do carro da família, eles levaram R$ 9 mil, US$ 950 e 1.500 euros, joias e uma bicicleta.
O delegado do 3º DP, Aldo Donisete Del Santo, vai abrir inquérito para apurar o caso. No entanto, ele descartou a relação do crime com o fechamento do DP.
"Se [o DP] estivesse funcionando, a unidade estaria fechada à noite", disse.
Sobre o projeto de reengenharia da polícia, Del Santo disse que a mudança foi necessária para aumentar o número de policiais.
"Com mais policiais, podemos fazer um trabalho melhor, concentrar esforços e dinamizar", disse.
No entanto, o delegado afirmou ainda que o aumento do efetivo no 3º DP -dos atuais sete policiais (incluindo o delegado) para 11- não supre a necessidade. "Precisaria de mais dois investigadores e alguns escrivães."
A Folha não conseguiu ouvir o delegado seccional Luis Antonio Rodrigues.


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