Ribeirão Preto, Quinta-feira, 16 de Abril de 2009

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Câmara de Araraquara quer novo prédio

Há menos de 2 anos, palacete que hoje abriga os vereadores foi reformado; gasto com obra e aluguel somou R$ 2,7 milhões

Vereadores dizem que o palacete tem gabinetes e plenário muito pequenos; gasto com a reforma é criticado pela maioria

Silva Junior/Folha Imagem
Fachada do Palacete Carlos Alberto Manço, que abriga a Câmara de Araraquara após ter passado por reforma na gestão passada

BRUNA SANIELE
ENVIADA ESPECIAL A ARARAQUARA

Vereadores de Araraquara querem transferir a Câmara para outro local menos de dois anos após a reforma do prédio do Legislativo, o Palacete Carlos Alberto Manço. A reforma custou R$ 1,2 milhão e terminou no fim de 2007.
O plano é construir um novo prédio na área do centro que vai ser liberada com a retirada dos trilhos que possa receber os vereadores em 2012. A justificativa para a mudança é que o palacete tem gabinetes pequenos e não tem como acomodar os 21 vereadores esperados no próximo mandado -hoje, a Câmara tem 13, mas os vereadores já contam com a aprovação de um projeto de lei de ampliação que tramita em Brasília.
"Não tenho dúvida de que todos concordam com a mudança. Não tem como fazer 21 caberem aqui. Isso já está um caos com 13", disse o vereador Elias Chediek Neto (PMDB).
Ele reclama que teve que transferir arquivos do gabinete para a sua casa por falta de espaço e que o local não comporta reuniões com mais de duas pessoas. Os gabinetes (com a sala de entrada) têm cerca de 16 metros quadrados.
Segundo Chediek, as obras da nova sede deveriam ter começado em 2003, época em que a Câmara foi transferida para um imóvel alugado e onde ficou até 2007. "Não era para ter gasto tanto para ir pra lá, com reforma, adaptação e aluguel. Tínhamos que ter feito obras emergenciais aqui e, nesse período, ter construído outra sede", afirmou.
Segundo a assessoria de imprensa da Câmara, as obras de adaptação do prédio alugado custaram cerca de R$ 500 mil -somado ao aluguel e reforma do palacete, foram gastos cerca de R$ 2,7 milhões.
Entre 2005 e 2008, a Câmara de Araraquara foi a segunda que mais aumentou os gastos na região, entre as quatro maiores cidades -a que gastou mais foi a de Ribeirão (53,25%). A alta em Araraquara foi de 33,01%, para uma inflação de 20,93%. No ano passado, a Casa recebeu R$ 6,72 milhões do Orçamento e gastou R$ 6,47 milhões.
De acordo com Ronaldo Napeloso (DEM), presidente da Câmara, o Legislativo está mal instalado, não tem um plenário decente -são apenas 25 assentos- e não tem como receber a população. Napeloso, que já era vereador na gestão anterior, disse que foi contra a reforma do palacete.
Para a vereadora Márcia Lia (PT), a reforma era necessária porque se trata de um prédio público. "O palacete é um prédio tombado e precisava ser restaurado, não foi dinheiro perdido. A Câmara é a casa do povo e deve ter condições de receber bem todos aqueles que procuram os vereadores."
Paulo Maranata, vereador pelo PR, discorda. "A reforma foi um desperdício, gastaram R$ 1,2 milhão e não pensaram no futuro, na possibilidade de mais vereadores e mais funcionários na Câmara. Fizeram uma mudança rápida que esqueceu o que a cidade precisa."
Segundo o secretário de Governo de Araraquara, Orlando Menegatti Filho, o prefeito Marcelo Barbieri (PMDB) concorda com a obra, mas ela só será feita se todos os 13 vereadores entregarem um documento pleiteando a mudança até o final deste mês.
"Será, então, criada uma comissão com três vereadores e três representantes do Executivo para decidir o local e analisar os custos da obra", disse Menegatti Filho.


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