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Prefeitura deixa de regulamentar a maioria das leis
Câmara aprovou 14 leis que precisavam de formatação do Executivo, mas só uma teve as suas regras definidas
Sem regulamentação,
os projetos ficam sem ações práticas; para especialista, Executivo e Legislativo falham
DE RIBEIRÃO PRETO
A aprovação de leis pela
Câmara de Ribeirão não tem
se revertido integralmente
em ações práticas. A maior
parte dos projetos aprovados
que dependem de regulamentação do Executivo ainda está parada na prefeitura.
Levantamento da Câmara
mostra que, neste ano, passaram pela Casa 14 leis que
precisavam ser formatadas
posteriormente.
Essa fase, que cabe ao Executivo, define como a legislação aprovada será aplicada,
por qual órgão da administração municipal, como seu
cumprimento será fiscalizado e com quais recursos, entre outros procedimentos.
Pesquisa no "Diário Oficial
do Município", no entanto,
revela que, entre os projetos
votados em 2010, apenas a
criação do programa Educação e Oportunidade, de autoria do próprio Executivo, foi
regulamentada neste ano.
A outra lei que passou por
processo semelhante, autorizando a suspensão da cobrança de água para os atingidos por enchentes, esperava por isso desde 2005.
Na fila de espera estão propostas como a que define
condições para empresas e
pessoas firmarem contratos
com o poder público municipal e a que dá prioridade de
pagamento de precatórios
aos credores do município.
O primeiro projeto, do peemedebista Cícero Gomes,
sancionado pela prefeita em
março, tinha prazo de regulamentação de 90 dias.
Ele disse não considerar
normal a demora. "Não tem
justificativa, já sancionou,
tem de regulamentar."
Quanto à lei que determina a prioridade de idosos aos
precatórios da prefeitura, a
regulamentação, que não foi
feita, já perdeu efeito. Isso
porque, segundo seu autor,
Capela Novas (PPS), uma lei
aprovada pelo Congresso já
cumpre essa função.
RESPONSABILIDADE
O coordenador do curso de
administração pública da
Unesp de Araraquara, Valdemir Pires, afirma que casos
como o de Ribeirão não são
incomuns, "infelizmente".
Para Pires, falham nesse
processo o Executivo, o Legislativo e o eleitor. O primeiro, pela morosidade, ou falta
de interesse, em colocar em
prática os projetos.
Aos vereadores, segundo
ele, cabe não somente elaborar a legislação, mas cobrar e
fiscalizar sua aplicação.
Quem sente os efeitos das
leis aprovadas, mas nunca
cumpridas, é a população,
que poderia participar mais
ativamente das discussões,
de acordo com o professor.
A Folha tentou ouvir a prefeitura desde a última terça.
A administração informou
que faria um levantamento
sobre as leis regulamentadas, mas não atendeu o pedido de entrevista.
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