Dona de casa levou pelo menos 6 tiros, sobreviveu e acusou irmão, que está foragido

Delegada diz que acusado tem antecedentes; pai afirma que briga dos filhos foi causada por ciúmes de irmãos e que ele não é rico

Márcia Ribeiro/Folha Imagem

Camionete usada no atropelamento na Vila Virgínia, em Ribeirão

LUCAS REIS
DA FOLHA RIBEIRÃO

Após uma briga por herança, um vendedor de 39 anos atropelou e atirou pelo menos seis vezes na irmã dele, de 41 anos, na noite de anteontem, na Vila Virgínia, em Ribeirão Preto. A acusação é da própria vítima, Lucilara Leoni, dona de casa, que sobreviveu.
Ela foi internada e, 17 horas depois, recebeu alta. O irmão fugiu antes da chegada da polícia e do socorro e permanecia foragido até o fechamento desta edição. Detalhe: os pais dos dois estão vivos.
Visivelmente abatido, o pai, o aposentado José Leoni, 73, negou que a briga tenha ocorrido por causa de herança. "Foi ciúmes de dois irmãos. Essa história de herança surgiu porque um tem ciúmes do outro. Ele mora na minha casa. E ela queria morar lá. Por isso brigaram", disse Leoni. "Não sou rico, eu tive que vender minhas coisas para pagar as contas dos filhos. E mesmo assim eles ficaram com essa rixa."
Segundo os vizinhos, no entanto, o aposentado é dono de propriedades rurais e imóveis de aluguel.
O crime ocorreu por volta das 21h, quando Francisco José Leoni começou a discutir com a irmã. Após ser ameaçada, Lucilara disse que correu para a rua, o irmão a seguiu na camionete do pai e a atropelou.
Ao perceber que Lucilara continuava viva, o irmão, então, atirou 11 vezes na direção dela, acertando seis tiros nas costas, de raspão, segundo informação da assessoria do Hospital das Clínicas, onde ela foi atendida -a delegada do caso, Maria Beatriz de Moura Campos, informou que Lucilara tinha recebido 11 tiros, mesma informação que consta no boletim de ocorrência de tentativa de homicídio.
Sentada na sarjeta, à espera do socorro, a vítima contou aos vizinhos que o próprio irmão tinha tentado matá-la. Ainda consciente, ela foi encaminhada à Unidade de Emergência do Hospital das Clínicas.
Segundo vizinhos ouvidos pela Folha e a própria Lucilara, no boletim de ocorrência, Francisco é usuário de drogas. A delegada afirmou que ele tem antecedentes criminais, incluindo outro registro de tentativa de homicídio.
A delegada disse que vai investigar e que é cedo para tirar conclusões sobre as causas.


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