Ribeirão Preto, Sexta-feira, 16 de Setembro de 2011

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Imóveis do Wilson Toni já estão à venda

Preço varia de R$ 4.000 a R$ 8.000 por apartamento, relatam moradores; conjunto foi ocupado há menos de 2 meses

Desfavelização é uma das bandeiras de Dárcy Vera (DEM) e João Gandini (PT), dois prováveis candidatos em 2012

JULIANA COISSI
DE RIBEIRÃO PRETO

Pouco mais de 40 dias depois da transferência de moradores de favelas de Ribeirão Preto para os apartamentos do conjunto popular Wilson Toni, alguns desses imóveis já foram colocados à venda pelos novos ocupantes.
O preço pedido pelos apartamentos varia de R$ 4.000 a R$ 8.000, segundo os moradores informaram à Folha. A venda de imóveis populares é ilegal e pode até render reintegração de posse.
Os apartamentos foram financiados pelo programa federal Minha Casa, Minha Vida -238 deles abrigam ex-moradores de favelas.
A remoção de favelas para conjuntos populares é uma das vitrines usadas pela prefeita Dárcy Vera (DEM), que deve disputar a reeleição, e pelo juiz aposentado João Gandini, cogitado para concorrer ao cargo pelo PT.
Além do relato dos moradores, um caso de oferta de apartamento chegou ao conhecimento da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo) em agosto.
O órgão está erguendo, ao lado do Wilson Toni, parte das casas populares do conjunto Paulo Gomes Romeu, onde vivem ex-moradores de favelas do aeroporto. Em outras casas, erguidas pela prefeitura, estão ex-moradores da favela do Monte Alegre.

OUTROS CASOS
O gerente regional da CDHU, Milton Vieira de Souza Leite, disse que recebeu uma pessoa que consultou se deveria ou não adquirir um apartamento do Wilson Toni oferecido por R$ 4.000 -ele não sabe se houve a venda.
A venda de casas populares ocorre em Ribeirão desde 2009. O diretor-presidente da Cohab-RP, Silvio Martins, disse que foram comprovados quatro casos de venda de imóveis da área da Cohab-RP no Paulo Gomes. A CDHU não tem notícia de vendas sob sua administração.
A Caixa Econômica Federal, responsável pelo conjunto Wilson Toni, diz que desconhece a venda de apartamento do conjunto.
Em nota, a Caixa informou que, para combater as fraudes, firmou acordo com a Polícia Federal e com conselhos de corretores de imóveis para fiscalização. Se houver irregularidades, segundo a nota, serão adotadas "as providências legais cabíveis".



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