Ribeirão Preto, Domingo, 16 de Outubro de 2011

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Reserva ilegal de vagas no centro e no Boulevard desafiam motoristas

Guias altas pintadas de amarelo e restos amontoados de plantas também são obstáculos

Transerp, empresa responsável pelo trânsito em Ribeirão Preto, diz que recursos não têm "amparo legal"

Silva Junior/Folhapress
Cones reservam estacionamento em hospital localizado na rua João Penteado, no Boulevard, região central de Ribeirão

ANA SOUSA
DE RIBEIRÃO PRETO

Quinze minutos é o tempo médio que os pacientes da psicoterapeuta Maria Helena Roselino, 71, levam para encontrar uma vaga de estacionamento na rua João Penteado, em Ribeirão Preto.
E todos os dias, conta ela, os pacientes reclamam que é bem complicado achar um lugar para parar o carro naquela região. "Aqui, realmente é muito difícil", disse.
Motoristas que circulam por lá, pela Vila Seixas e pelo centro ainda têm outros obstáculos: precisam enfrentar guias altas pintadas de amarelo, vagas públicas reservadas e até restos de plantas amontoados nas sarjetas. Com base no Código de Trânsito Brasileiro e no código municipal de obras, a Transerp diz que pintar guias altas por conta própria e fazer a reserva de vagas não tem "amparo legal".
Funcionários e proprietários de lojas e clínicas ouvidos pela Folha disseram que é preciso usar esse tipo de recurso para evitar abusos.
No Boulevard, quarteirões inteiros têm guias rebaixadas para o estacionamento de clientes, o que reduz drasticamente o número de vagas.
"Deveria haver um limite. Quem não vai às lojas tem que ficar sofrendo para achar uma vaga", diz o motorista Oscar Teófilo, 47. Nas duas primeiras semanas deste mês, a reportagem percorreu dez ruas nessa região e achou ao menos oito trechos de guias pintadas de amarelo irregularmente.
Quatro desses casos estavam localizadas no trecho da rua João Penteado até a avenida Independência -uma delas, na entrada da clínica Hospital da Plástica.
Segundo uma funcionária que trabalha no local e não se identificou, o rebaixamento de toda a guia frontal do prédio foi necessário para a entrada de ambulâncias. Durante a semana passada, a Folha tentou ouvir os donos da clínica, mas ela disse que eles estavam viajando e que só voltariam amanhã.

APERTO PARA PEDESTRES
Na rua Altino Arantes, um conjunto de lojas de esquina não possui o recuo suficiente para o estacionamento. Com os carros parados, não sobra espaço para pedestres.
Especialista em trânsito e transporte, o professor Coca Ferraz, da USP de São Carlos, diz que os estacionamentos próprios em lojas são uma tendência mundial. É preciso, porém respeitar as regras de recuo, completa ele.
"Não pode acontecer de o rabo do carro ficar invadindo a passagem. Tem de ter no mínimo dois metros", afirma. O Sincovarp (Sindicato do Comércio Varejista de Ribeirão Preto) condenou abusos cometidos por comerciantes. "Pregamos o cumprimento da legislação e orientamos os comerciantes a fazerem o mesmo", diz Pedro Alem Neto, presidente do sindicato.
Na região da Vila Seixas, onde há concentração de clínicas e hospitais, é comum encontrar vagas marcadas com banquinhos, blocos de concreto, faixas isolantes, além da pintura irregular de guias altas.
O mesmo acontece no entorno do shopping Santa Úrsula, na região central de Ribeirão. Prédios utilizam cones para evitar que carros estacionem entre ruas Rui Barbosa e Sete de Setembro e Campos Salles e São José.


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