Ribeirão Preto, Domingo, 16 de Outubro de 2011

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Museu expõe cotidiano de Santos Dumont

Itens que remetem à vida do aviador e a seus anos de criação estão à disposição do público da região em S. Carlos

Mostra sobre o inventor marca os 105 anos do voo do 14 Bis; acervo do Museu TAM recebe aviões da década de 30

ELIDA OLIVEIRA
ENVIADA ESPECIAL A SÃO CARLOS

Uma viagem ao tempo em que Santos Dumont era notícia de jornais franceses devido aos aviões que inventava, nos primeiros anos 1900. Postais, fotografias de voos ao redor da Torre Eiffel, revistas e livros com dedicatórias, além de objetos pessoais, estão expostos no Museu TAM, em São Carlos.
A exposição foi feita para lembrar os 105 anos do primeiro voo do 14 Bis, a serem completados no próximo dia 23. Além das peças sobre Santos Dumont, o museu também vai expor três novas "aquisições" do acervo: dois aviões originais em condições de voo e uma réplica de 1909.
Os 50 itens da mostra sobre o aviador fazem parte do acervo pessoal do jornalista e colecionador Fabio Farah. As reproduções estão em painéis e armários de vidro na entrada do museu.
"São peças raríssimas, inéditas, que foram adquiridas em leilões em Paris e em Nova York", diz João Amaro, idealizador do Museu TAM. A exposição revela, além do viés "inventor" de Dumont, quem ele era em situações simples e cotidianas.
Uma das imagens o mostra agachado ao lado de um cachorro. Outra peça é um retrato do aviador com dedicatória para os sobrinhos. Há até a primeira edição do livro escrito por Dumont, "O que Eu Vi, O Que Nós Veremos", de 1918, encadernado pelo próprio aviador.

SONHO DE VOAR
João Amaro e o irmão, Rolim Rodolfo Amaro, criaram o museu para preservar a maior paixão deles: voar. Os modelos antigos são restaurados para deixá-los em condições de voo.
Três novos aviões vão para o acervo a partir do próximo domingo, disse Amaro. Um deles é o Ryan PT-22, original e em condições de voo, que foi usado para treinar militares que foram para a Segunda Guerra (1939-45).
Outro é o Tenco Globe Swift, original e apto a voar, modelo de turismo com dois assentos, de 1948. A terceira novidade é uma réplica em tamanho real de uma aeronave feita pelo francês Bleriot em 1909 -a reprodução foi uma doação do engenheiro Pierre Camps, francês naturalizado brasileiro. Além das novidades, há no museu réplicas das criações de Dumont: o famoso 14 Bis e o Demoiselle, a primeira máquina mais pesada que o ar a voar, em 1906.
São 74 aviões expostos, 36 em plenas condições de voo -inclusive o mais antigo do Brasil em operação, o americano Curtis-Robin C2, de 1928.
Para tornar o sonho dos Amaro possível, a oficina da empresa aérea restaura as máquinas e as recoloca em condições de operação. Segundo Amaro, é difícil achar peças originais. "Quem tiver e quiser, pode doar", diz. Assim, mecânicos não precisarão adaptar potes de comida de bebê para substituir peças, como o fizeram em um dos modelos em exposição.


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