Ribeirão Preto, Sábado, 17 de Janeiro de 2009

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Casa de sindicalista é alvo de dez tiros em Sertãozinho

Rubens Lourenço, 50, acredita que só não morreu porque perdeu a hora ontem

Ninguém ficou ferido na ação; Lourenço é um dos diretores do Sindicato de Metalúrgicos e sua função é negociar com empresas

GEORGE ARAVANIS
DA FOLHA RIBEIRÃO

A casa do diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de Ribeirão Preto e Região Rubens Lourenço, 50, foi alvo de dez tiros na manhã de ontem. Oito disparos acertaram dois carros do sindicalista e outros dois, a parede da casa. Até a noite de ontem, ninguém havia sido preso.
Lourenço disse acreditar que o atirador preparava uma emboscada contra ele, e que uma falha no despertador o salvou. "Costumo sair de casa às 5h45, mas hoje [ontem] perdi a hora porque o despertador não tocou e, às 6h15, quando os disparos aconteceram, eu ainda estava dentro de casa. Acho que ele ficou nervoso e deu os tiros", afirmou.
O caso está sendo investigado pela DIG (Delegacia de Investigações Gerais). Lourenço disse suspeitar da identidade do autor dos disparos e já deu o nome de uma pessoa à polícia, mas preferiu não revelar de quem desconfia. "Não quero atrapalhar a investigação."
O sindicalista diz achar que sua atuação sindical pode ter sido o motivo do atentado, mas descarta participação de empresários que possam ter sido prejudicados pela entidade.
O diretor é encarregado de negociar com empresas que não repassam alíquotas patronais obrigatórias, como a do INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social).
O presidente do sindicato, Élio Cândido, disse que também descarta participação de empresários que tenham se sentido prejudicados pelo sindicato. Por enquanto, ele rechaça qualquer hipótese de reforço de segurança da direção do sindicato.
A Folha não conseguiu falar com nenhum delegado envolvido no caso.
Em novembro do ano passado, um sindicalista de Araraquara e sua mulher foram assassinados na frente das três filhas, de 10, 13 e 16 anos, quando chegavam na porta de sua casa. Flávio Cesar Ferreira Barreto, 43, que era diretor do Sindicato dos Autônomos, e sua mulher, Cássia Adriana Junquetti, 42, levaram ao menos oito tiros.
Em 1994, o casal de sindicalistas José Luís e Rosa Sundermann, foi encontrados mortos a tiros dentro da casa, em São Carlos. Eles eram do Sintufscar (Sindicato dos Trabalhadores da UFSCar), filiados ao PSTU e organizaram uma greve de cortadores de cana. Nos dois casos, ninguém foi preso até hoje.


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