|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Casa de sindicalista é alvo de dez tiros em Sertãozinho
Rubens Lourenço, 50, acredita que só não morreu porque perdeu a hora ontem
Ninguém ficou ferido na ação; Lourenço é um dos diretores do Sindicato de Metalúrgicos e sua função é negociar com empresas
GEORGE ARAVANIS
DA FOLHA RIBEIRÃO
A casa do diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de Ribeirão Preto e Região Rubens Lourenço, 50, foi alvo de dez tiros
na manhã de ontem. Oito disparos acertaram dois carros do
sindicalista e outros dois, a parede da casa. Até a noite de ontem, ninguém havia sido preso.
Lourenço disse acreditar que
o atirador preparava uma emboscada contra ele, e que uma
falha no despertador o salvou.
"Costumo sair de casa às 5h45,
mas hoje [ontem] perdi a hora
porque o despertador não tocou e, às 6h15, quando os disparos aconteceram, eu ainda estava dentro de casa. Acho que ele
ficou nervoso e deu os tiros",
afirmou.
O caso está sendo investigado pela DIG (Delegacia de Investigações Gerais). Lourenço
disse suspeitar da identidade
do autor dos disparos e já deu o
nome de uma pessoa à polícia,
mas preferiu não revelar de
quem desconfia. "Não quero
atrapalhar a investigação."
O sindicalista diz achar que
sua atuação sindical pode ter sido o motivo do atentado, mas
descarta participação de empresários que possam ter sido
prejudicados pela entidade.
O diretor é encarregado de
negociar com empresas que
não repassam alíquotas patronais obrigatórias, como a do
INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social).
O presidente do sindicato,
Élio Cândido, disse que também descarta participação de
empresários que tenham se
sentido prejudicados pelo sindicato. Por enquanto, ele rechaça qualquer hipótese de reforço de segurança da direção
do sindicato.
A Folha não conseguiu falar
com nenhum delegado envolvido no caso.
Em novembro do ano passado, um sindicalista de Araraquara e sua mulher foram assassinados na frente das três filhas, de 10, 13 e 16 anos, quando
chegavam na porta de sua casa.
Flávio Cesar Ferreira Barreto,
43, que era diretor do Sindicato
dos Autônomos, e sua mulher,
Cássia Adriana Junquetti, 42,
levaram ao menos oito tiros.
Em 1994, o casal de sindicalistas José Luís e Rosa Sundermann, foi encontrados mortos
a tiros dentro da casa, em São
Carlos. Eles eram do Sintufscar
(Sindicato dos Trabalhadores
da UFSCar), filiados ao PSTU e
organizaram uma greve de cortadores de cana. Nos dois casos,
ninguém foi preso até hoje.
Texto Anterior: Painel Regional Próximo Texto: Frase Índice
|