Ribeirão Preto, Quarta-feira, 17 de Março de 2010

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Briga entre médico e paciente para UBDS

Unidade da Vila Virgínia ficou sem atendimento por uma hora e meia; pacientes foram encaminhados à UBDS Central

Agressão é a terceira em cinco dias, segundo funcionária, que diz que o aumento da demanda compromete o trabalho


Edson Silva/Folha Imagem
Policiais em corredor da UBDS da Vila Virgínia, após serem chamados para conter tumulto

LIGIA SOTRATTI
DA FOLHA RIBEIRÃO

Uma discussão entre médico e paciente ontem à tarde, na UBDS (Unidade Básica Distrital de Saúde) da Vila Virgínia provocou a interrupção no atendimento por uma hora e meia. Segundo a gerente da distrital, Geovana Terezinha Cândido, o problema começou quando um paciente teria exigido um atestado médico, o que foi recusado pelo plantonista.
"Por não ter conseguido o atestado, a pessoa ameaçou o médico, inclusive dizendo que ia danificar seu carro", disse.
O paciente, Roberto Duarte, 29, disse que estava com dor na perna -fez uma cirurgia há três anos- e que esperou quatro horas para ser atendido.
"Eu tenho dores com frequência. Eu não o agredi, discuti porque estava doendo muito e ninguém dava medicação. Ele [médico] se irritou e jogou as fichas dos pacientes no chão."
Segundo a gerente da UBDS, foi a terceira agressão contra médicos desde a última sexta-feira. Para ela, o aumento do fluxo, que chega a ser de 700 pessoas por dia, tem comprometido o trabalho. "Não temos mais estrutura. Temos quatro a cinco médicos por plantão, mas a procura de casos de dengue cresceu muito", afirmou.
Levantamento da Secretaria da Saúde mostra que, somente nos primeiros 15 dias deste mês, 10.200 pacientes procuraram a UBDS da Vila Virgínia -durante todo o mês de fevereiro foram 14.177. Em janeiro, os atendimentos foram 8.918.
Com o imbróglio, pessoas que aguardavam consultas estavam impacientes com a demora para o atendimento.
"Meu sobrinho está com suspeita de dengue, com o corpo todo manchado. Ele chegou com febre às 10h e estamos sem saber se será atendido ", disse o representante comercial Robson Lessa, 33.
Para conter o tumulto, a Polícia Militar foi chamada e o atendimento foi normalizado por volta das 17h. No período em que o serviço foi interrompido, com exceção das pessoas com suspeita de dengue, todos os pacientes foram encaminhado para a UBDS Central.
A unidade conta com dois guardas municipais para cada turno -manhã, tarde e noite- e, de acordo com a Secretaria da Saúde de Ribeirão, é monitorado por câmeras.


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