Ribeirão Preto, Sexta-feira, 17 de Abril de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Protesto interdita rodovia em Sertãozinho

Cerca de 200 pessoas, a maioria ligada a sindicatos e indústrias, fizeram ato contra problemas no setor sucroalcooleiro

Carta ao presidente Lula pede estabilidade dos trabalhadores da cadeia e a obrigação de o preço do álcool ser reduzido

LUCAS REIS
ENVIADO ESPECIAL A SERTÃOZINHO

Cerca de 200 pessoas, a maioria ligada a sindicatos de trabalhadores da indústria e funcionários do setor, interromperam ontem de manhã o trânsito na rodovia Atílio Balbo, em Sertãozinho, por cerca de 20 minutos, o que provocou congestionamento de pelo menos sete quilômetros.
O objetivo era chamar a atenção do governo federal para os problemas que o setor sucroalcooleiro enfrenta desde o início da crise mundial e reivindicar medidas para aquecer o mercado -a mais citada era a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados).
"Se as indústrias automobilística e da construção civil tiveram esse privilégio, porque o setor sucroalcooleiro também não pode se beneficiar? Estamos passando por sérias dificuldades, precisamos de incentivos, como reduzir o IPI de máquinas, peças e implementos agrícolas", disse Mário Garrefa, presidente do Ceise-BR.
O coro foi engrossado por outras entidades, como a Canaoeste (Associação dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo). "Uma das principais queixas que fazemos é a falta de crédito. O setor já vinha em dificuldade há dois anos e, quando começou a se levantar, veio essa crise", disse Manuel Ortolan, presidente da associação.
O prefeito Nério Costa (PPS) também participou do ato. "A crise está afetando até o comércio de Sertãozinho e já diminuiu a receita da prefeitura. Realmente o momento é bastante delicado", disse. Funcionários de diversas indústrias da cidade também participaram da manifestação.
"A nossa ideia é chamar a atenção do governo federal, de Brasília, para a nossa situação. Não há empregos, as indústrias estão demitindo. Precisamos de um aporte, uma ajuda, ou a situação ficará ainda pior daqui em diante", disse Élio Cândido, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicas de Ribeirão Preto e Região.
Uma carta, endereçada ao presidente Lula, propõe ainda a estabilidade de todos os trabalhadores da cadeia sucroenergética por seis meses, a obrigação de as distribuidoras baixarem o preço do álcool combustível, a redução da carga tributária federal e estadual sobre indústrias de bens de capital para viabilizar projetos de novas usinas e a liberação de crédito, entre outras medidas.

Confusão
O grupo se concentrou às margens da rodovia, próximo a uma vicinal, por volta das 9h. Uma hora depois, o trio-elétrico que levava os líderes sindicais avançou na pista, seguido pelos manifestantes.
O protesto interrompeu a faixa por 20 minutos, o que fez com que a Polícia Militar tentasse, à força, liberá-la. Segundo a polícia, a fila de carros parado chegava até o pedágio, o que dava um congestionamento de aproximadamente sete quilômetros.
Em determinado momento, um grupo de policiais, de braços dados, fez um "arrastão" para tentar liberar metade da pista, no único momento em que houve um princípio de confusão. Pelo menos 15 sindicalistas se sentaram deitaram no chão, o que prorrogou a interrupção da rodovia. Após 20 minutos de paralisação, os manifestantes seguiram até a cidade.
No centro, eles encerraram o protesto em frente ao Banco do Brasil, onde faixas de protesto foram estendidas na fachada do banco. O comércio do centro fechou as portas durante o ato.


Texto Anterior: Pós-venda: Produtores vão negociar débito com Santelisa
Próximo Texto: Frases
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.