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Aumenta nº de internados por acidentes
Em Ribeirão, foram 3.565 acidentes de trânsito em 2005 contra os 3.997 do ano passado; doenças do coração lideram lista
Dados da Transerp indicam que, entre os anos de 2005 e 2008, o total de acidentes -inclui atropelamentos-registrou alta de 13,98%
VERIDIANA RIBEIRO
DA FOLHA RIBEIRÃO
Cresceu a participação dos
acidentes de trânsito no número de internações hospitalares
em Ribeirão Preto. Dados da
Secretaria Municipal da Saúde
mostram que nos últimos quatro anos houve aumento de
12,12% no total de internações
por causas externas, onde estão
enquadrados os acidentes de
trânsito. Foram 3.565 em 2005
e 3.997 no ano passado.
Segundo especialistas ouvidos pela Folha, o aumento de
acidentados no trânsito tem
relação direta com o crescimento da frota -só no último
ano, 27 mil veículos foram adicionados à frota da cidade-,
mas também com a imperícia e
a imprudência dos motoristas.
"Hoje, mesmo antes de tirar
a carta, há quem já esteja com o
carro comprado na garagem e,
quando vai dirigir, não tem experiência. E existe o álcool, o
excesso de velocidade", afirmou o cabo do Corpo de Bombeiros Jefferson Miranda Biscaro, palestrante em um programa preventivo de acidentes
para jovens de escolas públicas
e particulares de Ribeirão.
O aposentado Vicente Ribeiro, 64, vai engrossar as estatísticas da Secretaria da Saúde do
ano. Quando atravessava a Via
Norte no último dia 8, teve a
perna esquerda atingida por
uma moto. A força da batida
lançou Ribeiro contra a frente
do veículo que seguia atrás da
motocicleta. Além da perna ferida, ele sofreu fraturas na face
e precisou de cirurgia.
"Se o carro que estava vindo
estivesse correndo, ele podia
ter morrido", disse a filha da vítima, a vendedora Alessandra
Paladetti, 37, enquanto acompanhava o pai em tratamento
num dos leitos do hospital Santa Casa na última semana.
Dados da Transerp (Empresa de Trânsito e Transporte
Urbano de Ribeirão) confirmam a constatação da Secretaria da Saúde. Entre 2005 e
2008, o número de acidentes,
incluindo atropelamentos,
cresceu 13,98%. Foram 13.334
registros de acidentes em
2005, contra 15.796 em 2008.
No ano passado, 75 pessoas
morreram devido à acidentes.
Atualmente, as causas externas, que, além dos acidentes de
trânsito e trabalho, incluem a
violência urbana e envenenamentos, são o terceiro fator
que mais leva pessoas aos hospitais. Em primeiro lugar, estão
doenças cardiovasculares e, em
segundo, partos.
De acordo com Denise Minto, chefe da Divisão de Planejamento em Saúde da prefeitura,
até 2005, eram as gestantes
que mais demandavam internações. Foram 5.168 internações desse tipo naquele ano,
4.519 por doenças do aparelho
circulatório e 3.565 por causas
externas.
Para o cardiologista Fernando Nobre, presidente da Sociedade Brasileira de Hipertensão
e coordenador da Unidade de
Hipertensão do HC (Hospital
das Clínicas) de Ribeirão, vinculado à USP, a tendência é que
essa nova ordem se mantenha
e a situação se agrave.
"A perspectiva futura é ruim.
Um fator de risco para doenças
cardiovasculares e que cresce
em todo mundo é a obesidade.
Os obesos têm mais chances de
ter hipertensão, diabetes, e menos tendência a fazer exercícios físicos", disse Nobre.
A recomendação do especialista é para que as pessoas monitorem a pressão sanguínea
com regularidade, não fumem,
tenham alimentação saudável
e pratiquem exercícios. "Só há
três fatores de risco que não
controlamos: a idade, a genética e o gênero. Os outros nós podemos evitar", disse.
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