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Empregado de condomínios precisa de atestado criminal
Empreendimentos de Ribeirão passam a exigir o documento para liberar a entrada
Polícia Civil e advogado dizem que a exigência, que virou moda na cidade, é ilegal; Buritis adotou essa norma há dez anos
VERIDIANA RIBEIRO
DA FOLHA RIBEIRÃO
Condomínios de luxo de Ribeirão Preto passaram a exigir
a apresentação de atestado de
antecedentes criminais de pedreiros e funcionários que
prestam serviço aos condôminos por mais de um dia.
O documento valida ou invalida a entrada do trabalhador
nesses empreendimentos, prática ilegal, segundo a Polícia Civil e o advogado Carlos Kauffmann, professor de processo
penal da Faculdade de Direito
da PUC de São Paulo.
No condomínio dos Buritis,
na zona sul, a prática já é antiga:
o atestado é exigido há dez anos
de qualquer prestador de serviço que vá passar mais de três
dias no local. A regra vale também para empregadas domésticas e engenheiros responsáveis
pelas obras, segundo o gerente
do condomínio, Antonio Marcos Mastelli.
Em outros condomínios, a
norma começou a valer neste
ano, segundo pedreiros e arquitetos ouvidos pela Folha.
Por medida de segurança, diz
Mastelli, o condomínio também exige que o documento seja apresentado de novo a cada
três meses. É o caso, por exemplo, dos pedreiros, que chegam
a passar até um ano construindo casas no Buritis. Uma casa
no residencial chega a valer
mais de R$ 1 milhão.
Jorge Franco Soares, 64, pedreiro há mais de 20 anos e
contratado para uma obra no
Buritis, disse que a moda do
atestado de antecedentes criminais "pegou" a partir deste
ano, quando mais condomínios
aderiram à exigência.
O Torino, na zona sul, é um
dos que adotaram a regra. No
Paineiras, no Recreio das Acácias, a exigência foi implantada
como controle de entrada de
prestadores de serviço há 15
meses, segundo o gerente de
segurança do empreendimento, Everaldo de Ávila Matos, 38.
No Paineiras, ao contrário do
Buritis, o condômino pode liberar a entrada de funcionários
com passagens pela polícia,
desde que apresente uma carta
escrita à mão à gerência de segurança do condomínio. Nesse
caso, diz Matos, o morador é o
responsável em caso de desvio
de conduta ou possível crime
cometido pelo profissional.
No último final de semana,
dois condomínios foram roubados em Ribeirão, o Vista Alegre e o Quinta da Alvorada. Nos
dois casos, que estão sob investigação da DIG (Delegacia de
Investigações Gerais), os assaltantes ameaçaram moradores
com armas. A Folha não conseguiu ouvir representantes dos
condomínios ontem.
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