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Ficha de paciente divide prefeitura e USP
Secretaria da Saúde afirma que há dificuldades para médicos da rede terem acesso a prontuários no HC
JULIANA COISSI
DA FOLHA RIBEIRÃO
A dificuldade, principalmente em razão da burocracia, para
acessar informações do quadro
clínico de pacientes virou alvo
de polêmica entre a Secretaria
da Saúde de Ribeirão e o Hospital das Clínicas da USP (Universidade de São Paulo).
Segundo o coordenador de
Saúde Mental da secretaria,
Alexandre Firmo Souza Cruz,
boa parte das cartas de encaminhamento de pacientes à rede
municipal vindas do HC são sucintas. "Às vezes, são quatro,
cinco linhas para um histórico
de dois meses de tratamento."
A declaração de Cruz foi dada
em tom de crítica a uma pesquisa feita pela USP e divulgada
pela Folha em novembro, que
revelou falhas em documentos
de médicos da rede municipal
encaminhados à Central de Regulação (leia texto abaixo).
O médico afirma que existe
dificuldade para obter dados.
Segundo ele, quando um médico da rede municipal quer acessar o prontuário do paciente
que era tratado no HC, precisa
fazer um pedido por escrito e
protocolá-lo no hospital, para,
então, o HC fazer um relatório
do prontuário
"Quando é urgência, hoje, o
nosso médico precisa ligar para
o [médico] residente do HC,
que vai no arquivo buscar a
pasta do prontuário. E isso
quando o residente conhece o
médico, quando a relação é
próxima", disse. Para Cruz, falta um sistema que integre as
informações.
O coordenador da Unidade
de Emergência do HC, Antonio
Pazin Filho, disse que as cartas
são preenchidas "da melhor
forma possível". "Mas, às vezes,
a informação que temos de um
caso para repassar ainda é muito inicial", disse. Outro problema, segundo ele, é que pacientes muitas vezes se esquecem
de levar ao médico da rede municipal todas as cópias de exames que recebeu do profissional do HC.
O HC tem um sistema próprio de informatização. Segundo Pazin, fazer a integração
com o município é um ponto
em discussão há tempos. "Mas
temos que ser cautelosos para
preservar a segurança dos dados do paciente", afirmou.
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