Além de mensagens de celular, alunos enviaram à mestra carta de ameaça com duas balas de revólver

LUCAS REIS
DA FOLHA RIBEIRÃO

Uma coordenadora pedagógica de 41 anos foi ameaçada de sequestro e morte por três alunos- duas garotas, de 12 e 13 anos, e um garoto de 14-, da escola estadual Lydia Rocha Alves, no Jardim Aeroporto, periferia de Franca.
Ela procurou a polícia após receber ameaças por meio de mensagens de celular e por uma carta acompanhada de duas balas de revólver. Os adolescentes, segundo a polícia, confirmaram em depoimento a intenção de "fazer alguma coisa" pois queriam se vingar da professora, considerada autoritária pelos alunos.
"O que eu percebi é que eles estavam com uma certa maldade. O menino, segundo a mãe dele, já se envolveu com a polícia por furtar uma moto", disse a delegada Graciela Ambrósio, da Delegacia de Defesa da Mulher, que apura o caso.
"Vamos ver se você tem peito de aço para aguentar duas balas", diz um trecho da carta. Segundo a polícia, o filho da coordenadora, de três anos, também foi citado pelos estudantes. A polícia chegou até os adolescentes através do número do remetente das mensagens enviadas ao celular.
A coordenadora não quis se manifestar sobre o assunto. Segundo a delegada, ela está com medo de receber nova ameaças. "As próprias mães dos jovens disseram que ela era muito querida. Quando a gente perguntava ao garoto o motivo das ameaças, ele respondeu: "por maldade". Dava pra notar uma raiva nele, uma raiva que normalmente a gente não vê em adolescentes", disse.
Os três estudantes e seus respectivos pais foram ouvidos e liberados em seguida. Eles estão suspensos preventivamente das aulas até que o conselho da escola tome uma decisão sobre o futuro deles.
A Apeoesp (sindicato dos professores do Estado de SP) deve se reunir hoje para analisar o caso. "É uma situação bastante complicada", disse a conselheira Lucimara Doval.


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