Ribeirão Preto, Segunda-feira, 18 de Abril de 2011

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ANÁLISE

É preciso aprimorar ações de combate para evitar a disseminação da doença

CARLOS MAGNO FORTALEZA
ESPECIAL PARA A FOLHA

Décadas atrás, acreditava-se que as doenças infecciosas estavam definitivamente controladas. Com antibióticos e vacinas adequadas, em breve não haveria mais mortes por infecções.
Infelizmente, os acontecimentos recentes demonstraram que essa "segurança completa" era ilusória.
Vírus e bactérias são capazes de adaptações e estão sempre pouco à frente das nossas medidas de controle.
A pergunta que se impõe é em que proporção podemos reduzir o impacto da meningite. Há boas notícias.
Vacinas para as três bactérias que mais causam meningites estão incluídas no calendário vacinal. Há mais de uma década as crianças são vacinadas contra Haemophilus. Os casos de meningites por essa bactéria no Estado reduziram-se de 500 para 40 por ano, e o número de mortes caiu a quase zero.
Em 2010, foram introduzidas no calendário vacinas contra os outros dois principais agentes causadores.
Some-se a isso uma capacidade aumentada de identificação de casos e rapidez nas ações para impedir a propagação das bactérias.
Com isso, podemos dizer que o Estado e o país estão mais preparados para lidar com o risco de epidemias.
Infelizmente, não há possibilidade de erradicar as meningites -nem neste nem em qualquer outro país.
É preciso conviver com o risco, lançando mão de todos os esforços para reduzi-lo.
Entre esses, destacam-se as ações de comunicação.
Felizmente, já está distante o tempo em que as autoridades escondiam. Temos hoje a compreensão de que diálogo claro com a população é parte essencial das ações.
Nesse contexto, os meios de comunicação assumem um papel privilegiado como espaço de discussão de políticas públicas. E é por essa razão que devemos dimensionar corretamente a ênfase na divulgação dos casos.
Os dados do Estado não apontam ainda para aumento significativo da ocorrência de casos ou de mortes por meningites neste ano.
Mas são, como sempre, alertas para a necessidade de continuidade e aprimoramento das ações para evitar a sua disseminação. Ações que salvam vidas.

CARLOS MAGNO FORTALEZA é chefe do Departamento de Doenças Tropicais da Faculdade de Medicina de Botucatu (Unesp)


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