|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
HC de Barretos busca diagnóstico preciso
Hospital avaliará traços de hereditariedade e tipos de tumores para definir remédio mais eficaz para cada caso
Técnicas não são novas, mas hoje são feitas apenas em laboratórios particulares e grandes centros de pesquisa
LIGIA SOTRATTI
ENVIADA ESPECIAL A BARRETOS
Atenção a cada história e
às trajetórias de vida dos pacientes e de suas famílias. É
assim, na base da conversa
minuciosa e de exames não
menos precisos, que o Hospital de Câncer de Barretos pretende obter informações para aumentar a precisão no
diagnóstico dos pacientes.
Para isso, a instituição
conta com um novo recurso:
o laboratório de oncologia
molecular que, caso a caso,
vai analisar tipos de tumores
e traços de hereditariedade.
De acordo com André Lopes Carvalho, diretor científico do laboratório, a avaliação
das características do tumor
permite identificar o remédio
mais eficaz. É o caso de alguns tipo de câncer de pulmão e de cólon.
"Hoje, a rede de saúde segue um padrão de tratamento. Temos uma sequência de
remédios que é dada para todos os pacientes. Com esse
exame, podemos usar diretamente o que é mais eficiente
para aquela pessoa", disse.
Por exemplo, se uma quimioterapia beneficia 60%
dos pacientes, o restante que
não for favorecido pode usar
outro medicamento. É o que
o exame vai apontar.
"Com isso você evita o sofrimento do paciente de usar
um medicamento, ter todos
os efeitos colaterais, mas sem
que tenha resultado para
ele", disse o médico.
Outra frente de trabalho é
a análise de traços de hereditariedade em câncer de mama e de ovário -os mais relacionados a herança genética.
Paciente com diagnóstico
de câncer frequente na família deve ser atendido com
cuidado redobrado.
"Se várias gerações de
uma mesma família tiveram
um câncer é preciso fazer a
avaliação de toda a família.
Ver o tipo, a idade em que
ocorreram, porque pode indicar que é alguma mutação
no gene", disse Rodrigo Michelli, do Departamento de
Oncogenética do hospital.
O resultado sendo positivo, a família do paciente é
convidada para fazer os exames também para verificar se
tem predisposição a desenvolver a doença.
"Se mais familiares tiverem [a doença] podemos
atuar com trabalho preventivo diferenciado, com rotina
de exames mais frequente do
que é recomendado", disse.
A proposta, de acordo com
o médico, é fazer um diagnóstico precoce e, assim, aumentar as chances de cura.
As técnicas não são novas.
Segundo Carvalho, todos esses procedimentos são comprovados em estudos científicos. No entanto, atualmente, testes desse tipo são feitos
apenas em laboratórios particulares e em grandes centros de pesquisa.
Ainda fora dos protocolos
do Ministério do Saúde, o
custo é elevado: um exame
sai em torno de R$ 3.500. A
estimativa do hospital é gastar R$ 900 mil com os exames
no primeiro ano.
Texto Anterior: Inauguração de parque segue indefinida Próximo Texto: Foco: Após ter câncer e perder duas irmãs, dona de casa fez o exame genético Índice
|