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Espólio ferroviário pode abrigar moradias
Secretaria do Patrimônio da União inicia na região busca de áreas próximas a estações ferroviárias para abrigar casas
Quando a antiga rede ferroviária foi extinta, municípios da região cortados por trilhos abrigavam 1.333 imóveis
JEAN DE SOUZA
ENVIADO ESPECIAL A TAQUARITINGA
Com um mapa na mão e tendo como referência as antigas
estações ferroviárias, técnicos
da SPU (Secretaria do Patrimônio da União) e da Inventariança da extinta RFFSA (Rede
Ferroviária Federal S.A.) começaram a percorrer cidades
da região em busca de terrenos
que possam abrigar futuras
moradias populares.
A tarefa, que na região começou por Taquaritinga, Matão e
Araraquara, na última semana,
alcançará Ribeirão Preto, Sertãozinho e São Joaquim da Barra nos próximos dias.
O trabalho de vistoria da regional paulista da SPU, no entanto, está só no começo. À
época da extinção da antiga rede ferroviária, quando todos os
seus bens foram disponibilizados para a União, apenas as cidades da região cortadas pelos
trilhos das antigas empresas
ferroviárias abrigavam 1.333
imóveis -entre terrenos, casas,
estações, galpões e edifícios.
Nem todos estavam livres para serem inventariados e repassados automaticamente ao patrimônio da União. Muitos estavam -e estão- ocupados, regularmente ou não, por antigos
funcionários das empresas ou
seus familiares, locatários de
terrenos ou casas, prefeituras e
órgãos públicos.
Cabe à Inventariança levantar documentos de titularidade
desses imóveis para regularizá-los e repassá-los à União. E à
SPU, que cuida desse espólio,
dar a eles um destino.
De acordo com o superintendente interino da SPU em São
Paulo, Raphael Bischof dos
Santos, a prioridade para os
terrenos -em geral nas imediações de antigas estações- é
a destinação para moradias.
"A orientação nacional da
SPU é a otimização de suas
áreas para provisão habitacional pelo programa Minha Casa
Minha Vida, sejam elas já incorporadas ou aquelas a serem
recebidas de órgãos extintos",
afirmou Santos.
Engenheiro Civil da SPU especializado em moradias,
Leandro de Oliveira Coelho foi
o responsável pela caça aos terrenos na última semana, ao lado do técnico da Inventariança
Celso Estevam.
Em Taquaritinga, identificaram em áreas da antiga rede
uma praça, a antiga estação
-reformada e em uso pela prefeitura-, um outro galpão
abandonado, casas e terrenos
ao redor desses imóveis. Eram
essas últimas as de interesse.
Segundo Coelho, na vistoria
são observadas características
como ruas próximas, condições
do terreno, infraestrutura de
rede de esgoto, água e energia
elétrica e o acesso a equipamentos públicos como escola e
postos de saúde.
A análise continuará em São
Paulo. "É preciso ver a vocação
da área, se é residencial ou industrial, se tem demanda por
moradias e se a prefeitura já
tem projetos", disse Coelho.
Como em Taquaritinga, em
Matão e no distrito araraquarense de Bueno de Andrada foram achadas áreas aptas a abrigar casas. Segundo Coelho, projetos de prefeituras para essas
áreas, já encaminhados, podem
agilizar o processo. Em nenhuma delas, no entanto, segundo a
Folha apurou, havia planos de
casas para as áreas.
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