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Curva põe em risco privatização do aeroporto
Governo pretende privatizar aeroportos do interior paulista, mas o de Ribeirão ainda não tem laudo da curva de ruído
Companhias temem que estudo não fique pronto antes de a licitação ser aberta pelo governo, o que afastaria os interessados
Silva Junior/Folha Imagem
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Passageiros embarcam em avião da Passaredo no Leite Lopes
GEORGE ARAVANIS
DA FOLHA RIBEIRÃO
O plano do governo do Estado de conceder a administração
dos aeroportos estaduais à iniciativa privada, revelado ontem
por Mônica Bérgamo nesta Folha, encontra uma empecilho
em Ribeirão Preto: o estudo de
curva de ruído do aeroporto
Leite Lopes só deve ficar pronto em março de 2009.
O aeroporto de Ribeirão é o
maior do Estado entre as unidades administradas pelo
Daesp (Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo).
O estudo de curva de ruído,
realizado pelo IPT (Instituto de
Pesquisas Tecnológicas), vai
determinar a área do entorno
do aeroporto que não pode ter
casas ou empresas.
Donos de empresas privadas
de aviação dizem que interessados em participar da licitação
podem desistir se o estudo não
estiver pronto ou apresentar
resultado negativo ao funcionamento do aeroporto. "Se não
tiver isso pronto (o estudo), o
aeroporto está morto", disse o
representante de uma companhia que pediu anonimato.
A idéia do governo é promover PPPs (parcerias público-privadas) para os 31 aeroportos
do interior do Estado que são
administrados pelo Daesp.
A empresa que ganhar a licitação de um aeroporto lucrativo, como o de Ribeirão, terá de
assumir também a administração de outras unidades não-rentáveis -hoje, o prejuízo do
Estado com os aeroportos é de
R$ 8,8 milhões.
Na última quinta-feira, representantes de companhias
aéreas e do Daesp participaram
de um seminário em São Paulo,
onde o superintendente do
Daesp, Sergio Augusto de Arruda Camargo, ratificou o interesse do governo em conceder a
administração dos aeroportos à
iniciativa privada.
Segundo um participante do
encontro, representante de
uma companhia aérea, o governo ainda não formatou a proposta final de como se dará essa
concessão à iniciativa privada,
nem os termos dos contratos.
A Secretaria dos Transportes, à qual o Daesp é ligado, foi
procurada ontem para dar detalhes do projeto, mas, apesar
da insistência, nenhum diretor
atendeu a reportagem.
O líder do governo na Assembléia Legislativa, Barros Munhoz (PSDB), e o vice-líder, Baleia Rossi (PMDB), de Ribeirão,
afirmaram ontem desconhecer
a proposta do governo.
Outro que negou conhecimento foi o deputado federal
Antonio Duarte Nogueira Júnior (PSDB), também de Ribeirão. Segundo ele, o superintendente do Daesp lhe disse ontem
que o estudo só ficará pronto
no ano que vem.
Ruído
A medição do ruído no Leite
Lopes está sendo feita por causa de um acordo judicial firmado na 2ª Vara da Fazenda de Ribeirão entre o Daesp e o Ministério Público.
A realização do estudo é uma
exigência da Promotoria de
Habitação e Urbanismo de Ribeirão, para quem o aeroporto
funciona irregularmente.
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