Ribeirão Preto, Quinta-feira, 19 de Março de 2009

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TJ de São Paulo dá habeas corpus a dois foragidos

DA FOLHA RIBEIRÃO, EM CATANDUVA

Na noite de ontem, o Tribunal de Justiça de SP acatou os pedidos de revogação da prisão temporária feita pelos advogados do médico Wagner Rodrigo Brida Gonçalves e do empresário José Emmanuel Volpon Diogo. Ambos os pedidos foram baseados em falta de provas.
No início dos trabalhos de ontem, na Câmara de Catanduva, o senador Magno Malta pediu que a Polícia Federal fosse acionada para garantir que os dois, que estavam foragidos, prestassem depoimento à CPI hoje. No final do dia, por volta das 18h20, porém, Malta anunciou o habeas corpus.
"Nós aqui trabalhando e acontece uma vergonha dessas para nos desmoralizar", disse.
A notícia interrompeu o depoimento de Solange Berrison, anunciada como amante de Volpon Diogo, que alegou, em defesa do empresário, que o acompanhava todas as vezes em que a camionete preta de Diogo, citada por algumas crianças e pelo diretor da escola municipal Nelson de Macedo Muza, foi vista na porta da escola onde estudam as vítimas.
Solange, que alegou diversas vezes que Diogo era inocente, sorriu no momento do anúncio do habeas corpus e foi alvo de xingamentos por parte das mães de vítimas que estavam no plenário. Ela teve de deixar o prédio escoltada pela Polícia Militar. Uma mãe passou mal e saiu de ambulância.
O advogado José Luís Oliveira Lima, que defende o médico, disse que "há pouquíssimas chances" de seu cliente atender à convocação da CPI hoje.
"Ainda não consegui falar com meu cliente. Tão logo ele seja convocado formalmente, ele não se furtará de prestar depoimento. No entanto, acho improvável que isso aconteça até amanhã [hoje]."
Para Adriano Vanni, que defende Volpon Diogo, a falta de provas contra seu cliente é latente. "Sua relação com o bairro [onde fica a escola] se resume à um relacionamento que ele tinha, como já foi dito."
A Polícia Federal disse ter recebido o ofício da CPI e que já iniciou trabalhos para identificar o paradeiro de ambos.
"Não são mais foragidos, mas continuam convocados pela CPI", disse Romeu Tuma.
Hoje, os senadores devem convocar pelo menos dois novos suspeitos, ainda não revelados, para depor.


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