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Justiça barra demolição de rancho do Mogi Guaçu
Decisão beneficia mil rancheiros dos Estados de São Paulo e Minas Gerais
Sentença, porém, obriga o proprietário a recuperar a APP, construir fossa e não ampliar edificações, sob pena de multa diária
DA FOLHA RIBEIRÃO
Uma sentença da 4ª Vara Federal de Ribeirão Preto determina que todos os ranchos às
margens do rio Mogi Guaçu sejam mantidos, desde que cumpram algumas diretrizes ambientais. O Ministério Público
Federal, autor de ação para remover os ranchos do local, já
recorreu da decisão.
De acordo com a Associação
Regional de Rancheiros de Ribeirão Preto, cerca de mil proprietários devem ser beneficiados pela decisão, que é inédita,
segundo a entidade.
Os rancheiros, no entanto,
devem cumprir algumas regras,
como restabelecer a vegetação
na APP (área de preservação
permanente), que compreende
a extensão de terras a 100 metros da margem.
Outras exigências são construir fossa séptica e não alterar
as casas. É proibido ampliar as
edificações e construir outros
prédios nas propriedades.
A decisão, do último dia 10,
impõe um prazo de 60 dias para
que os proprietários iniciem as
ações de reflorestamento e a
construção da fossa, com multa
de R$ 100 por dia em caso de
descumprimento.
"A decisão é histórica porque
foi abrangente e contemplou
todos os proprietários à beira
do rio e não somente os 40 que
estavam envolvidos em um
processo", disse o advogado da
associação, Ricardo Liporassi.
Para o presidente da entidade, José Rubens Vieira, a sentença é motivo para comemoração. "Além de afastar a possibilidade de demolição, a medida reconhece que o rancheiro
não é predador. Sempre defendemos a preservação do local e
vamos nos alinhar com as medidas ambientais que foram pedidas", afirmou.
Vieira estima que a decisão
abrange os ranchos que estão
espalhados em São Paulo e em
Minas Gerais, Estados por onde passa o rio.
Segundo a assessoria de imprensa do Ministério Público
Federal, a decisão afeta processos em andamento. O procurador de Ribeirão Uendel Domingos Ugatti foi procurado ontem, mas não ligou de volta.
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