Mulher de 31 anos voltou da Argentina no último sábado e foi internada ontem de madrugada no HC do campus da USP

Ontem, surgiram mais dois casos suspeitos: mãe e filho, que voltaram dos EUA, foram levados para observação no hospital

Silva Junior/Folha Imagem

Fábio Neves, do HC, mostra kit que deve ser usado pelos profissionais no quarto para pacientes

GEORGE ARAVANIS
DA FOLHA RIBEIRÃO

O primeiro caso de gripe suína em Ribeirão Preto foi confirmado ontem pela Secretaria da Saúde. Uma mulher de 31 anos que voltou da Argentina -onde foi infectada com o vírus influenza A- no último sábado está internada em quarto isolado no HC (Hospital das Clínicas) do campus da USP desde a madrugada de ontem.
Segundo a secretária da Saúde, Carla Palhares, a mulher apresenta uma pneumonia leve, mas passa bem. A secretaria não divulga o nome da mulher para preservá-la.
Outros dois casos suspeitos surgiram ontem. Mãe e filho, que voltou dos EUA, estavam sendo atendidos na noite de ontem no HC. Foi colhido material para exame e enviado ao Adolfo Lutz, de São Paulo, que leva 48 horas para confirmar ou descartar a suspeita.
No domingo, um dia depois de voltar da Argentina, a mulher infectada havia passado pelo hospital com febre, tosse e dor de garganta. Desde então, era mantida em isolamento em casa, na companhia do marido, que não apresentou sintomas -ele ficará isolado em casa até domingo, quando acaba sua quarentena, que é de sete dias.
O casal voltou de São Paulo -onde pousou o voo vindo da Argentina- num ônibus com mais 12 moradores da região, seis deles de Ribeirão.
Ontem, a Secretaria da Saúde havia conseguido entrar em contato com quatro dos viajantes que moram em Ribeirão. Segundo a secretária-adjunta, Darlene Mestriner, apenas uma mulher apresentou sintomas, mas eles eram anteriores à viagem de ônibus. Mestriner não soube dizer se os sintomas dessa mulher já desapareceram. As pessoas de outras cidades serão contatadas pela Secretaria de Estado da Saúde.
A paciente infectada deve ficar no HC até domingo. Segundo a secretária Palhares, a confirmação do caso não muda o quadro da doença em Ribeirão. "A população de Ribeirão sofre o mesmo risco da população do mundo", disse.
O diretor-clínico da UE (Unidade de Emergência) do HC, Fábio Neves, disse que o hospital tem 11 quartos com pressão negativa (que não permitem a saída de ar, o que evita o contágio) para atender casos suspeitos e infectados.
Ele disse que deve procurar um médico quem apresentar febre e tosse -ou dor de garganta- e tiver mantido contato com alguém que veio de um país onde há a doença. Até ontem, o Brasil tinha 109 casos da gripe, segundo o Ministério da Saúde.


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