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Passei a vender mais meus livros depois da internet, diz Xico Sá
Cronista é convidado para o Salão de Ideias amanhã, às 15h, na Feira do Livro
DA FOLHA RIBEIRÃO
Jornalista, escritor e cronista
que transita entre futebol, relacionamentos amorosos e boemia, Xico Sá, 46, é o convidado
para debate amanhã, às 15h, na
9ª Feira de Livro de Ribeirão
Preto. Ele conta que passou a
vender mais seus livros quando
ingressou na internet. Um dos
livros que caíram na rede foi
baixado por 22 mil visitantes.
Leia trechos da entrevista.
(JC)
FOLHA - O sr. decidiu lançar aqui
em Ribeirão a terceira edição do livro "Modos de Macho e Modinhas
de Fêmea", de 2003, com novidades.
XICO SÁ - Sim. A terceira edição
inclui crônicas novas, dentro
do mesmo tema, homem e mulher. Em 1997, na Folha, passei
a fazer a "Coluna Macho". O
núcleo inicial eram as cartas
dos leitores, mas a coluna virou
uma espécie de consultório
sentimental. Depois eu os reuni no livro.
FOLHA - Com a internet, surgiram
muitos blogs, além de canais de TV
debatendo o relacionamento entre
homem e mulher. O que acha deles?
XICO - Acho que os programas
ainda têm muita coisa na cola
do "Sex in The City", de buscar
a comédia. Acho legal ter mais o
trágico, a dor. Quanto aos blogs,
no caso dos blogs delas, tem essa coisa de triunfo, um puta respiro que a mulher tem agora de
poder falar. No caso dos homens, o que tenho tirado onda
é desse "macho perdido", de
classe média urbana, que tem
medo do amor, da traição.
FOLHA - Qual a diferença em escrever para blog e para livro?
XICO - Olha, o curioso é que
passei a vender mais os meus livros quando comecei a escrever no blog. Acho que é só a velocidade, mesmo. Uso o computador quase como uma velha
máquina de escrever. A grande
vantagem do blog é a interação
com os leitores. Antes, demorava dois dias para chegar uma
carta de um leitor na Redação.
FOLHA - Em feiras, sobre o que o
público mais pergunta: mulher, futebol ou boemia?
XICO - Alguns perguntam de
uma crônica de futebol ou outra, mas a grande questão é
mesmo homem e mulher.
FOLHA - Qual autor te traduz?
XICO - Minha formação é da linha de cronistas: João do Rio,
Antônio Maria, uma pitada de
Rubens Braga, Paulo Mendes
Campos. É essa crônica de jornal. E nem falo do que é imoral,
Nelson Rodrigues. A minha
crônica só existe por causa dele.
FOLHA - Qual a dificuldade em formar um público leitor?
XICO - Há um público leitor até
grande no Brasil, mais muito de
autoajuda. Em literatura, é pequeno. Mas o de internet é
grande, por isso o que eu puder
disponibilizar na internet, eu
faço, mesmo com o protesto da
editora. Um livro meu já foi baixado por 22 mil pessoas. E o curioso é que ele passou a vender
mais depois.
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