Ribeirão Preto, Sábado, 19 de Junho de 2010 |
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Cobertura do Bolsa Família é baixa em metade da região
Em 9 das 20 cidades mais populosas, são atendidos menos lares carentes do que os aptos para o programa
JULIANA COISSI DE RIBEIRÃO PRETO O Bolsa Família atende menos famílias do que deveria em 9 das 20 cidades mais populosas da região de Ribeirão Preto. É o que aponta relatório do MDS (Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome). A cobertura mais baixa na região é a de Serrana: apenas 33,1% dos lares pobres recebem o Bolsa Família -ou 568 de 1.714 famílias. Analisando as dez maiores cidades, a pior situação é a de Sertãozinho: só 43,3% das 3.685 famílias carentes recebem o benefício (ver quadro). Cabe às prefeituras identificar as famílias carentes, cadastrá-las e enviar os dados à União liberar a bolsa. Os administradores dão três motivos para a baixa cobertura: dificuldade em encontrar as famílias, casos que extrapolam o limite de renda e demora da União em atualizar os cadastros após as famílias se regularizarem. Pelas regras do programa, o ministério concede o subsídio à família cuja renda mensal per capita for de no máximo R$ 140. Não há cota de bolsas por cidade. A coordenadora do cadastro do programa em Serrana, Sandra Nascimento, diz que um dos maiores entraves é a população migrante. "Muitos mudam para cá, mas não transferem seu endereço." A sazonalidade da safra também afeta o processo, diz Nascimento. Durante a colheita, a renda sobe um pouco, e muitas famílias são cortadas do programa. "Na entressafra, elas voltam a ter direito ao benefício, mas muitas não nos procuram para se regularizar." A ex-cortadora de cana Aparecida de Jesus Gonçalves, 51, é um exemplo de "sem-bolsa" em Serrana. Afastada do corte da cana por doença, há três anos ela vive com os cinco filhos e os dois netos com a cesta básica doada pelo município. "Quando acaba a cesta, só Deus sabe como a gente passa o mês. Faz um fubá, vai levando, né?", diz Aparecida. Em Matão, o diretor do Departamento da Família e Bem-Estar, Hélio Leandro Prandi, diz que o ministério demora muito para reenquadrar pessoas que foram desligadas por erros como não levar o filho à escola. "O limite per capita de R$ 140 é muito baixo. Visitamos e cadastramos famílias, mas muitas vezes a renda ultrapassa", afirmou a diretora de Desenvolvimento Social e Cidadania de Sertãozinho, Sônia Galvani. Por outro lado, há cidades na região que têm mais contemplados pelo programa do que o seu total de pobres. É o caso de Franca. No município, recebem o benefício 1.245 famílias a mais do que a projeção de lares pobres -8.828 famílias. Segundo o secretário de Ação Social, Roberto Nunes Rocha, o número de pobres da cidade está defasado. Ele diz que o cadastro mostra que há 14 mil lares carentes. Próximo Texto: Feira do Livro tem desconto de até 50% nos últimos dias Índice |
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