Ribeirão Preto, Sábado, 19 de Junho de 2010

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Necessidade pós-guerra fez português adotar Ribeirão

Empresário escolheu viver na cidade pelas boas notícias que os parentes, já aqui estabelecidos, mandavam

COLABORAÇÃO PARA FOLHA, DE RIBEIRÃO PRETO

O tempo de permanência no Brasil pode até explicar a facilidade de adaptação de muitos estrangeiros que moram aqui. Mas, no caso do empresário Manuel Cardoso Balau, também entram nessa conta outros fatores, principalmente a proximidade histórica entre as culturas brasileira e portuguesa.
Balau chegou ao Brasil em 1957, aos 13 anos, depois de uma viagem de navio de quase duas semanas, acompanhado da irmã Lucília.
Hoje, aos 66, casado com Maria Carmen, brasileira, dois filhos e três netos, revela uma história de amor com Ribeirão, que começou por pura necessidade.
Balau chegou à cidade atraído pelo convite de quatro tios portugueses -donos da Balau Madeiras, empresa fundada em 1952, hoje administrada por ele- que já estavam estabelecidos por aqui e pelas boas notícias que os parentes mandavam.
Os tempos eram difíceis para os europeus, que procuravam se erguer após a Segunda Guerra (1939-1945).
"Era uma época de muitas dificuldades. A Europa começava a se reerguer, mas muito lentamente, e imigrar para o Brasil era um sonho para a maioria dos europeus, principalmente italianos, portugueses e espanhóis."
Em 1965, foi a vez dos pais e dos outros irmãos de Balau tomarem o mesmo destino. Cidadão ribeirão-pretano, título concedido pela Câmara, Manuel Balau costuma dizer aos amigos que é brasileiro porque escolheu ser, mas que nunca vai abandonar suas raízes lusitanas.
O comerciante viaja com frequência a Portugal, mas, apesar dos vínculos, sente-se mais brasileiro que português, mesmo que o seu sotaque ainda o denuncie.
"Vim direto para Ribeirão Preto. Daqui não saí e não pretendo sair. Trabalhamos muito, toda a família, e a cidade nos retribuiu muito bem", disse Balau.
"Sempre achei que a escolha foi a melhor que eu poderia ter feito. Ribeirão é uma cidade maravilhosa".
Para quem duvida de sua sinceridade, basta perguntar quem ganhará a Copa: "Claro que é o Brasil". (PG)


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