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Necessidade pós-guerra fez português adotar Ribeirão
Empresário escolheu viver na cidade pelas boas notícias que os parentes, já aqui estabelecidos, mandavam
COLABORAÇÃO PARA FOLHA, DE RIBEIRÃO PRETO
O tempo de permanência
no Brasil pode até explicar a
facilidade de adaptação de
muitos estrangeiros que moram aqui. Mas, no caso do
empresário Manuel Cardoso
Balau, também entram nessa
conta outros fatores, principalmente a proximidade histórica entre as culturas brasileira e portuguesa.
Balau chegou ao Brasil em
1957, aos 13 anos, depois de
uma viagem de navio de quase duas semanas, acompanhado da irmã Lucília.
Hoje, aos 66, casado com
Maria Carmen, brasileira,
dois filhos e três netos, revela
uma história de amor com Ribeirão, que começou por pura necessidade.
Balau chegou à cidade
atraído pelo convite de quatro tios portugueses -donos
da Balau Madeiras, empresa
fundada em 1952, hoje administrada por ele- que já estavam estabelecidos por aqui e
pelas boas notícias que os
parentes mandavam.
Os tempos eram difíceis
para os europeus, que procuravam se erguer após a Segunda Guerra (1939-1945).
"Era uma época de muitas
dificuldades. A Europa começava a se reerguer, mas
muito lentamente, e imigrar
para o Brasil era um sonho
para a maioria dos europeus,
principalmente italianos,
portugueses e espanhóis."
Em 1965, foi a vez dos pais
e dos outros irmãos de Balau
tomarem o mesmo destino.
Cidadão ribeirão-pretano, título concedido pela Câmara,
Manuel Balau costuma dizer
aos amigos que é brasileiro
porque escolheu ser, mas
que nunca vai abandonar
suas raízes lusitanas.
O comerciante viaja com
frequência a Portugal, mas,
apesar dos vínculos, sente-se
mais brasileiro que português, mesmo que o seu sotaque ainda o denuncie.
"Vim direto para Ribeirão
Preto. Daqui não saí e não
pretendo sair. Trabalhamos
muito, toda a família, e a cidade nos retribuiu muito
bem", disse Balau.
"Sempre achei que a escolha foi a melhor que eu poderia ter feito. Ribeirão é uma
cidade maravilhosa".
Para quem duvida de sua
sinceridade, basta perguntar
quem ganhará a Copa: "Claro que é o Brasil".
(PG)
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