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154 ANOS ENQUETE
Theatro Pedro 2º lidera, com 24 votos
Símbolo do período cafeeiro, imóvel do centro da cidade que já abrigou cinema e pegou fogo completa 80 anos
Membros do Júri Folha citaram os casarões do café, a Baixada e a Casa da Caramuru como bens históricos mal cuidados
DE RIBEIRÃO PRETO
O imponente Theatro Pedro 2º, que integra o tombado
Quarteirão Paulista, foi o
mais votado pelos 154 integrantes do Júri Folha como
patrimônio que deve preservado em Ribeirão Preto. Ele
recebeu 24 votos.
O professor Mauro Inácio,
da Apeoesp, escolheu o Pedro 2º não só pela beleza,
mas por achar que ele precisa
ser mais acessível a todos. "O
teatro deveria ter uma programação mais aberta ao povo, é muito elitista", disse.
Um dos principais símbolos do apogeu cafeeiro, o
Theatro Pedro 2º foi erguido
como teatro de ópera em
1930, um ano após a quebra
da Bolsa de Nova York, que
culminaria na crise do café.
Dos concertos e balés, o
teatro viu minguar seu público. Nos anos 60, foi descaracterizado para se tornar cinema. Um incêndio em 1980
praticamente o destruiu.
O imóvel ficou fechado até
1996, quando foi reinaugurado pelo então prefeito Antonio Palocci Filho (PT). Segundo a Fundação Theatro
Pedro 2º, é o segundo maior
teatro de ópera do país em
capacidade de público, só
perdendo para o Teatro Municipal da capital.
CENTRO HISTÓRICO
Os prédios do centro e outros imóveis ligados à história do café que estão deteriorados também foram muito
citados no Júri Folha.
"O Quarteirão Paulista e o
seu entorno merecem todo o
cuidado, porque contam a
história de uma outra época
de Ribeirão", disse a vereadora Silvana Rezende.
Como exemplo de descaso, o júri citou o casarão Camilo de Matos, na esquina da
rua Tibiriçá com a Duque de
Caxias, e o Hotel Brasil, que
fica na Baixada, -ambos receberam dez votos.
"Pegar um patrimônio assim e deixar se acabar é uma
judiação", disse a vendedora
Zilma Teófilo, 60, ao citar o
casarão da Camilo de Matos.
A Casa da Caramuru, que
está com a estrutura comprometida, foi citada por 12 pessoas. "Passar em frente e ver
a casa tão destruída dá até
uma tristeza, uma angústia",
disse o gerente regional da
Cetesb, Marco Artuzo.
O Museu do Café, no campus da USP, teve dez votos.
"É algo que a gente vê em outros países. Um museu tão
importante deveria receber
mais visita de escolas", disse
Pedro Palocci, diretor do grupo São Lucas e Ribeirânia.
As lojas e casas da região
da Baixada não foram esquecidas -receberam sete votos.
"Está faltando limpar a
propaganda das fachada das
casas antigas do centro da cidade. Falam tanto do Cidade
Limpa, mas nada foi feito
aqui", disse Fernando Kaxassa, do Cineclube Caium.
O Teatro de Arena, no morro São Bento, recebeu cinco
votos, um a menos do que o
parque Curupira. Bens imateriais foram pouco citados: a
Orquestra Sinfônica, por
exemplo, teve um voto.
(JULIANA COISSI)
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