Ribeirão Preto, Sábado, 19 de Junho de 2010

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154 ANOS ENQUETE

Theatro Pedro 2º lidera, com 24 votos

Símbolo do período cafeeiro, imóvel do centro da cidade que já abrigou cinema e pegou fogo completa 80 anos

Membros do Júri Folha citaram os casarões do café, a Baixada e a Casa da Caramuru como bens históricos mal cuidados

DE RIBEIRÃO PRETO

O imponente Theatro Pedro 2º, que integra o tombado Quarteirão Paulista, foi o mais votado pelos 154 integrantes do Júri Folha como patrimônio que deve preservado em Ribeirão Preto. Ele recebeu 24 votos.
O professor Mauro Inácio, da Apeoesp, escolheu o Pedro 2º não só pela beleza, mas por achar que ele precisa ser mais acessível a todos. "O teatro deveria ter uma programação mais aberta ao povo, é muito elitista", disse.
Um dos principais símbolos do apogeu cafeeiro, o Theatro Pedro 2º foi erguido como teatro de ópera em 1930, um ano após a quebra da Bolsa de Nova York, que culminaria na crise do café.
Dos concertos e balés, o teatro viu minguar seu público. Nos anos 60, foi descaracterizado para se tornar cinema. Um incêndio em 1980 praticamente o destruiu.
O imóvel ficou fechado até 1996, quando foi reinaugurado pelo então prefeito Antonio Palocci Filho (PT). Segundo a Fundação Theatro Pedro 2º, é o segundo maior teatro de ópera do país em capacidade de público, só perdendo para o Teatro Municipal da capital.

CENTRO HISTÓRICO
Os prédios do centro e outros imóveis ligados à história do café que estão deteriorados também foram muito citados no Júri Folha.
"O Quarteirão Paulista e o seu entorno merecem todo o cuidado, porque contam a história de uma outra época de Ribeirão", disse a vereadora Silvana Rezende.
Como exemplo de descaso, o júri citou o casarão Camilo de Matos, na esquina da rua Tibiriçá com a Duque de Caxias, e o Hotel Brasil, que fica na Baixada, -ambos receberam dez votos.
"Pegar um patrimônio assim e deixar se acabar é uma judiação", disse a vendedora Zilma Teófilo, 60, ao citar o casarão da Camilo de Matos.
A Casa da Caramuru, que está com a estrutura comprometida, foi citada por 12 pessoas. "Passar em frente e ver a casa tão destruída dá até uma tristeza, uma angústia", disse o gerente regional da Cetesb, Marco Artuzo.
O Museu do Café, no campus da USP, teve dez votos. "É algo que a gente vê em outros países. Um museu tão importante deveria receber mais visita de escolas", disse Pedro Palocci, diretor do grupo São Lucas e Ribeirânia.
As lojas e casas da região da Baixada não foram esquecidas -receberam sete votos.
"Está faltando limpar a propaganda das fachada das casas antigas do centro da cidade. Falam tanto do Cidade Limpa, mas nada foi feito aqui", disse Fernando Kaxassa, do Cineclube Caium.
O Teatro de Arena, no morro São Bento, recebeu cinco votos, um a menos do que o parque Curupira. Bens imateriais foram pouco citados: a Orquestra Sinfônica, por exemplo, teve um voto.
(JULIANA COISSI)


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