Ribeirão Preto, Sábado, 19 de Junho de 2010

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154 ANOS HISTÓRIA

Destruição e preservação marcam história da cidade

Em 154 anos, Ribeirão viu parte de seu patrimônio histórico desaparecer

Outros imóveis foram preservados, como o Palácio Rio Branco, sede da prefeitura, e o prédio do Theatro Pedro 2º

MARCELO TOLEDO
EDITOR-ASSISTENTE DE RIBEIRÃO

Ao longo de seus 154 anos, completados hoje, Ribeirão Preto conviveu com a destruição e, ao mesmo tempo, a preservação de alguns de seus patrimônios.
Enquanto bens como o Theatro Pedro 2º hoje são preservados -apesar de o próprio já ter ficado fechado por 16 anos após um incêndio-, parte da história se perdeu junto com a demolição de imóveis como a antiga estação ferroviária e o teatro Carlos Gomes.
Esse misto de cenário de criação e destruição compõe um capítulo da história de Ribeirão que, oficialmente, começa em 19 de junho de 1856, quando houve a aceitação legal das doações de terra para fundar o arraial que originou a então vila de São Sebastião do Ribeirão Preto.
Nessa trajetória, o município "peregrinou" e foi incluído como distrito da comarca de Casa Branca (1872), pertenceu às comarcas de Batatais (1875) e de São Simão (1877), e até mudou de nome, em 1879, passando a se chamar Vila de Entre Rios.
Dois anos depois, no entanto, após reclamações populares, o nome foi revogado e alterado para Vila de Ribeirão Preto, que evoluiu até a denominação atual.
Com o desenvolvimento do setor cafeeiro, a Companhia Mogiana de Estradas de Ferro se instalou na cidade em 1883, e a economia ganha um novo impulso, que durou principalmente até 1929, quando a quebra da Bolsa de Nova York quase dizimou a economia local.
A Mogiana foi responsável por transportar estrangeiros, principalmente italianos, que passaram a desembarcar na estação Barracão após a criação do núcleo colonial Antônio Prado, em 1887. Outros estrangeiros chegaram, como o francês Francisco Cassoulet, em 1894, que montou um cabaré na rua São Sebastião, e os japoneses, que aportaram na cidade em 1908, com 52 famílias.
Parte desses estrangeiros, que em 1900 ajudavam a compor a população de 59.195 habitantes, viu surgir, três anos antes, o primeiro teatro, o Carlos Gomes, hoje demolido, fato lamentado por historiadores e pesquisadores da arquitetura.
Outro patrimônio demolido foi a Igreja Matriz, em 1904, para a construção da atual Catedral Metropolitana, inaugurada em 1917.
Destruídos também foram o antigo Mercado Municipal, em 1942, após um incêndio -o novo só surgiu em 1958-, e a antiga estação da Mogiana, que funcionava na região onde hoje há a UBDS (Unidade Básica Distrital de Saúde) Central, em 1967.
Outros patrimônios, no entanto, tiveram destino diferente, como a escola Otoniel Mota, a fábrica da Antarctica, o palácio Rio Branco (atual sede da prefeitura) e o próprio Theatro Pedro 2º, que neste ano completa 80 anos.


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