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154 ANOS HISTÓRIA
Destruição e preservação marcam história da cidade
Em 154 anos, Ribeirão viu parte de seu patrimônio histórico desaparecer
Outros imóveis foram preservados, como o Palácio Rio Branco, sede da prefeitura, e o prédio do Theatro Pedro 2º
MARCELO TOLEDO
EDITOR-ASSISTENTE DE RIBEIRÃO
Ao longo de seus 154 anos,
completados hoje, Ribeirão
Preto conviveu com a destruição e, ao mesmo tempo, a
preservação de alguns de
seus patrimônios.
Enquanto bens como o
Theatro Pedro 2º hoje são
preservados -apesar de o
próprio já ter ficado fechado
por 16 anos após um incêndio-, parte da história se
perdeu junto com a demolição de imóveis como a antiga
estação ferroviária e o teatro
Carlos Gomes.
Esse misto de cenário de
criação e destruição compõe
um capítulo da história de Ribeirão que, oficialmente, começa em 19 de junho de 1856,
quando houve a aceitação legal das doações de terra para
fundar o arraial que originou
a então vila de São Sebastião
do Ribeirão Preto.
Nessa trajetória, o município "peregrinou" e foi incluído como distrito da comarca
de Casa Branca (1872), pertenceu às comarcas de Batatais (1875) e de São Simão
(1877), e até mudou de nome,
em 1879, passando a se chamar Vila de Entre Rios.
Dois anos depois, no entanto, após reclamações populares, o nome foi revogado
e alterado para Vila de Ribeirão Preto, que evoluiu até a
denominação atual.
Com o desenvolvimento
do setor cafeeiro, a Companhia Mogiana de Estradas de
Ferro se instalou na cidade
em 1883, e a economia ganha
um novo impulso, que durou
principalmente até 1929,
quando a quebra da Bolsa de
Nova York quase dizimou a
economia local.
A Mogiana foi responsável
por transportar estrangeiros,
principalmente italianos,
que passaram a desembarcar
na estação Barracão após a
criação do núcleo colonial
Antônio Prado, em 1887. Outros estrangeiros chegaram,
como o francês Francisco
Cassoulet, em 1894, que
montou um cabaré na rua
São Sebastião, e os japoneses, que aportaram na cidade
em 1908, com 52 famílias.
Parte desses estrangeiros,
que em 1900 ajudavam a
compor a população de
59.195 habitantes, viu surgir,
três anos antes, o primeiro
teatro, o Carlos Gomes, hoje
demolido, fato lamentado
por historiadores e pesquisadores da arquitetura.
Outro patrimônio demolido foi a Igreja Matriz, em
1904, para a construção da
atual Catedral Metropolitana, inaugurada em 1917.
Destruídos também foram
o antigo Mercado Municipal,
em 1942, após um incêndio
-o novo só surgiu em 1958-,
e a antiga estação da Mogiana, que funcionava na região
onde hoje há a UBDS (Unidade Básica Distrital de Saúde)
Central, em 1967.
Outros patrimônios, no
entanto, tiveram destino diferente, como a escola Otoniel Mota, a fábrica da Antarctica, o palácio Rio Branco
(atual sede da prefeitura) e o
próprio Theatro Pedro 2º, que
neste ano completa 80 anos.
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