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Prefeitura gasta R$ 1 milhão com aluguel
Ribeirão paga o valor por ano pelo uso de prédios que são sedes de sete secretarias e de duas administrações regionais
Governo admite que é muito dinheiro; verba fica perto do que a prefeitura investirá em todo o ano na Defesa Civil do município
JULIANA COISSI
DA FOLHA RIBEIRÃO
A Prefeitura de Ribeirão Preto gasta R$ 1,050 milhão por
ano com aluguéis de prédios de
secretarias e administrações
regionais. Os dados são da Secretaria da Administração.
Por mês, o governo municipal desembolsa R$ 87,5 mil
com os imóveis onde estão instaladas sete pastas (Saúde,
Educação, Fazenda, Administração, Obras Públicas, Planejamento e Meio Ambiente).
O valor ainda inclui as sedes
de duas administrações regionais -Vila Tibério e Bonfim
Paulista. O próprio governo
Dárcy Vera (DEM) admite que
os valores são altos e que pensa
em centralizar as pastas, mas
não há projeto elaborado.
O gasto chega perto do que a
prefeitura investe na Defesa
Civil Municipal (orçamento de
R$ 1,5 milhão), órgão responsável por combater as enchentes,
um dos principais problemas
da cidade.
É também um montante próximo ao que a Secretaria da
Educação gasta com o ensino
supletivo para jovens e adultos
(R$ 1,4 milhão) e equivale a
15,3% do orçamento da Secretaria dos Esportes (R$ 6,8 milhões) de Ribeirão.
Os dois maiores aluguéis são
de secretarias localizadas no
centro: Saúde (que paga R$
26,7 mil) e Fazenda (R$ 26,9
mil). As secretarias da Educação e do Planejamento dividem
o mesmo prédio, que, apesar de
apresentar rachaduras na parede e infiltração, custa por mês
cerca de R$ 15 mil (veja quadro
nesta página).
Os gastos com aluguel são
ainda maiores, porque há casas
alugadas em que a prefeitura
desenvolve projetos. Desde a
última terça-feira, a reportagem solicita a lista com o gasto
total da prefeitura. Até anteontem, porém, nem o secretário
da Fazenda, Manoel Saraiva,
nem a assessoria de imprensa
da prefeitura responderam.
Na opinião de André Costa,
especialista em administração
pública e coordenador do curso
de Administração da USP de
Ribeirão, o mais indicado é que
os gestores busquem centralizar as secretarias.
É o que fizeram as cidades de
Campinas, São Bernardo do
Campo e São Caetano, segundo
o professor, com sucesso. "A
centralização gera uma economia de transporte, de tempo
dos contratos. Facilita o acesso
para a população e até a articulação política por parte do prefeito", disse Costa.
O secretário de Governo de
Ribeirão, William Latuf, diz
que o valor é alto e que a prefeitura estuda centralizar todas as
secretarias em um só prédio.
Não existe, porém, prazo, projeto ou terrenos cogitados.
Projetos anteriores
A centralização de serviços
da prefeitura é assunto que se
arrasta desde a gestão do ex-prefeito Antonio Palocci Filho
(PT). O prefeito anterior, Welson Gasparini (PSDB), também
discutia a ideia de instalar algumas secretarias na antiga fábrica Cianê.
Promessa de campanha de
Dárcy Vera, a transformação do
galpão do Banco de Alimentos
em sede da Fortec, uma faculdade de tecnologia, ainda não
saiu do papel. Uma das propostas da prefeita é retomar os prédios da Ceterp (leia texto nesta
página).
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