Ribeirão Preto, Terça-feira, 19 de Julho de 2011

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Queimadas e baixa umidade pioram o ar

Resultado é o aumento na procura de postos de saúde por pacientes com problemas respiratórios em Ribeirão

Em dois meses, 60 multas foram aplicadas pela prefeitura a donos de terrenos atingidos por fogo em Ribeirão

Edson Silva/Folhapress
Vista de Ribeirão Preto com névoa e fumaça provocadas pelas
queimadas em terrenos, que pioram a qualidade do ar


ELIDA OLIVEIRA
DE RIBEIRÃO PRETO

A junção da baixa umidade relativa do ar dos últimos dias com as ocorrências de queimadas em áreas urbanas fez com que dobrasse a procura de postos de saúde de Ribeirão por pacientes com problemas respiratórios.
Há sete dias, Ribeirão tem índices de umidade relativa do ar abaixo do ideal, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde). O fato, aliado à onda de queimadas urbanas tem deixado o ar ainda pior, gerando riscos à saúde.
A umidade na última sexta chegou a 16%, segundo a Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), a mais baixa do ano, deixando a cidade em estado de alerta. Ontem, o índice ficou em 30% das 15h às 16h (estado de atenção).
Com isso, infecções respiratórias, resfriados, pneumonias e sangramentos no nariz se tornaram sintomas comuns nas unidades de saúde, num cenário que deve se agravar até setembro, de acordo com especialistas.
"Se em maio atendíamos dez pacientes com problemas respiratórios por dia, desde o início deste mês já temos uma média de 20 casos", disse Leonardo Rosa Peixoto, clínico da UBDS Central de Ribeirão Preto.
O tempo seco favorece o registro de queimadas, que são punidas com multas aos proprietários dos terrenos.
A Prefeitura de Ribeirão Preto aplicou em maio e junho 60 multas, que variaram de R$ 501 a R$ 11 mil, dependendo das espécies queimadas e da fumaça liberada.
"Todos os casos de incêndio são causados por pessoas, seja de propósito ou por acidente. O tempo seco ajuda o fogo a se alastrar", disse Alberto Setzer, pesquisador no Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e coordenador do monitoramento das queimadas.

"MAIS PERIGOSA"
De acordo com Oswaldo Braga, chefe da Fiscalização-Geral da prefeitura, a queimada urbana é mais perigosa que a rural, porque, além da fumaça, libera partículas tóxicas com a combustão do lixo, de pneus e de plásticos.
O cenário não é exclusivo de Ribeirão. Em Barretos, a Secretaria do Meio Ambiente atende duas denúncias de focos de incêndio por dia, disse o secretário Mauri Trevisan.
"Há poucos dias houve um caso de incêndio que começou num quintal e ele se alastrou por um quarteirão inteiro, deixando 10 mil metros quadrados queimados."
Neste ano, o setor de fiscalização aplicou 15 multas. Segundo Trevisan, só donos de terrenos reincidentes na queima são multados.
Já em São Carlos, os incêndios consumiram 137 mil m2 neste ano. Segundo a prefeitura, 35 multas foram aplicadas desde janeiro.


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