Ribeirão Preto, Quarta-feira, 19 de Agosto de 2009

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Crise faz Petrobras priorizar trecho de duto em Ribeirão

Mau momento adiou planos de investidores em outras regiões e, por isso, foco da obra está onde já há produção forte de etanol

Se Ibama liberar licença ambiental ainda neste trimestre, o alcoolduto deve ficar pronto no fim do ano que vem, diz empresa


VERIDIANA RIBEIRO
DA FOLHA RIBEIRÃO

A crise econômica internacional, iniciada em setembro do ano passado, forçou a Petrobras a desmembrar o projeto de construção do alcoolduto que vai transportar etanol até o porto de São Sebastião, no litoral paulista. Em vez de pedir o licenciamento ambiental para toda a obra, que começa em Senador Canedo (GO), a estatal priorizou a construção do duto entre Uberaba (MG) e Taubaté (SP), trecho que passará por Ribeirão Preto.
"Nós avançamos no projeto básico, a partir de Uberaba. Os demais módulos do sistema vão ser aglutinados ao sistema aos poucos", disse o engenheiro Alberto Guimarães, diretor-presidente do consórcio PMCC, que, além da Petrobras, reúne a japonesa Mitsui e o grupo Camargo Corrêa, parceiros no investimento.
Segundo Guimarães, a crise fez com que os planos de investidores nas chamadas novas fronteiras da cana-de-açúcar -oeste paulista, Goiás, Mato Grosso do Sul -ficassem congelados após a crise. Por isso, o consórcio optou por pedir o licenciamento ambiental do trecho onde a produção de etanol já está consolidada.
O EIA-RIMA (Estudo de Impacto Ambiental-Relatório de Impacto do Meio Ambiente) está em fase de apresentação em audiências públicas. Só depois dos encontros é que o Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais) pode endossar ou não a obra.
Anteontem, o instituto promoveu uma audiência em Ribeirão Preto e ontem, em Porto Ferreira. O Ibama realizará ainda encontros em Atibaia e São José dos Campos.
Caso o licenciamento ambiental saia neste trimestre, de acordo com Guimarães, a PMCC pretende concluir o alcoolduto até o final de 2010, com capacidade de transporte de 12 milhões de litros de álcool por ano, cerca de 71% da produção do Estado de São Paulo, que, segundo a Unica (União da Indústria da Cana-de-Açúcar), foi de 16,722 milhões de litros na última safra.
O duto pode tirar da estrada, caso a demanda atinja a capacidade total, até 1.000 caminhões.

Investimento
Somente no trecho entre Uberaba e Taubaté, o consórcio pretende investir US$ 1 bilhão, recurso que será solicitado ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Uma apresentação ao banco já foi feita. A expectativa de Guimarães é que o BNDES libere 70% dos recursos.
Além de Ribeirão, o alcoolduto da PMCC passará por outras 13 cidades da região: Igarapava, Aramina, Ituverava, Guará, São Joaquim da Barra, Orlândia, Sales Oliveira, Jardinópolis, Sertãozinho, Cravinhos, São Simão, Santa Rita do Passa Quatro e Porto Ferreira.


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