|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Crise faz Petrobras priorizar trecho de duto em Ribeirão
Mau momento adiou planos de investidores em outras regiões e, por isso, foco da obra está onde já há produção forte de etanol
Se Ibama liberar licença ambiental ainda neste trimestre, o alcoolduto deve ficar pronto no fim do ano que vem, diz empresa
VERIDIANA RIBEIRO
DA FOLHA RIBEIRÃO
A crise econômica internacional, iniciada em setembro
do ano passado, forçou a Petrobras a desmembrar o projeto de
construção do alcoolduto que
vai transportar etanol até o
porto de São Sebastião, no litoral paulista. Em vez de pedir o
licenciamento ambiental para
toda a obra, que começa em Senador Canedo (GO), a estatal
priorizou a construção do duto
entre Uberaba (MG) e Taubaté
(SP), trecho que passará por Ribeirão Preto.
"Nós avançamos no projeto
básico, a partir de Uberaba. Os
demais módulos do sistema vão
ser aglutinados ao sistema aos
poucos", disse o engenheiro Alberto Guimarães, diretor-presidente do consórcio PMCC,
que, além da Petrobras, reúne a
japonesa Mitsui e o grupo Camargo Corrêa, parceiros no investimento.
Segundo Guimarães, a crise
fez com que os planos de investidores nas chamadas novas
fronteiras da cana-de-açúcar
-oeste paulista, Goiás, Mato
Grosso do Sul -ficassem congelados após a crise. Por isso, o
consórcio optou por pedir o licenciamento ambiental do trecho onde a produção de etanol
já está consolidada.
O EIA-RIMA (Estudo de Impacto Ambiental-Relatório de
Impacto do Meio Ambiente)
está em fase de apresentação
em audiências públicas. Só depois dos encontros é que o Ibama (Instituto Brasileiro de
Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais) pode endossar ou
não a obra.
Anteontem, o instituto promoveu uma audiência em Ribeirão Preto e ontem, em Porto
Ferreira. O Ibama realizará
ainda encontros em Atibaia e
São José dos Campos.
Caso o licenciamento ambiental saia neste trimestre, de
acordo com Guimarães, a
PMCC pretende concluir o alcoolduto até o final de 2010,
com capacidade de transporte
de 12 milhões de litros de álcool
por ano, cerca de 71% da produção do Estado de São Paulo,
que, segundo a Unica (União da
Indústria da Cana-de-Açúcar),
foi de 16,722 milhões de litros
na última safra.
O duto pode tirar da estrada,
caso a demanda atinja a capacidade total, até 1.000 caminhões.
Investimento
Somente no trecho entre
Uberaba e Taubaté, o consórcio
pretende investir US$ 1 bilhão,
recurso que será solicitado ao
BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e
Social). Uma apresentação ao
banco já foi feita. A expectativa
de Guimarães é que o BNDES
libere 70% dos recursos.
Além de Ribeirão, o alcoolduto da PMCC passará por outras
13 cidades da região: Igarapava,
Aramina, Ituverava, Guará, São
Joaquim da Barra, Orlândia,
Sales Oliveira, Jardinópolis,
Sertãozinho, Cravinhos, São Simão, Santa Rita do Passa Quatro e Porto Ferreira.
Texto Anterior: Empresa de Franca contrata 100 para "amenizar" o 1º semestre Próximo Texto: Memória: Projeto inicial visava consumidor externo Índice
|