Ribeirão Preto, Sábado, 19 de Setembro de 2009

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Bolsa Família põe mais R$ 76 mil na região

União repassa R$ 2,301 milhões neste mês para os carentes das 4 maiores cidades da região ante os R$ 2,225 milhões de agosto

Araraquara terá mais famílias inclusas e é a que vai receber o maior aumento, de 58 mil; verba extra movimenta comércio


Márcia Ribeiro/Folha Imagem
Lucimara da Luz com as filhas Bruna, Graziele e Emily

JULIANA COISSI
DA FOLHA RIBEIRÃO

As famílias carentes das quatro maiores cidades da região de Ribeirão Preto passarão, juntas, a receber mais R$ 76 mil por mês por causa do reajuste do valor do benefício que começou a ser feito anteontem pelo governo federal.
Em Ribeirão, Franca, São Carlos e Araraquara, a partir deste mês, vão para as contas dos beneficiários R$ 2,301 milhões ante os R$ 2,225 milhões recebidos em agosto.
No país, a correção de 10% significa R$ 99,1 milhões a mais em relação a agosto. Na prática, as famílias que podiam receber no máximo R$ 182 passam a ter agora como teto R$ 200.
Para quem está na condição de miserável (ganho per capita de até R$ 70), a ajuda mínima passa de R$ 62 para R$ 68. Aqueles que ganhavam mais R$ 20 por filho poderão sacar R$ 22 a partir deste mês.
Em Ribeirão, que atende atualmente 10.481 famílias, serão repassados mais R$ 32 mil por mês com o reajuste. Segundo a secretária da Assistência Social, Maria Sodré, as famílias vão receber, em média, R$ 84. "Significa um maior poder de compra para essas famílias, principalmente para a compra de alimentos."
O maior aporte de recursos vai para Araraquara. As famílias receberão R$ 58 mil a mais a partir deste mês. A cidade também é única entre as quatro grandes em que houve aumento no número de beneficiários -foram 1.116 a mais.
Segundo o secretário José Carlos Porsani, do Desenvolvimento e Assistência Social, o aumento de famílias deve-se ao trabalho de cadastramento feito desde o início do ano. "Detectamos casos que já estavam fora do perfil do programa e pudemos incluir outros."
Franca é a única cidade em que o montante do benefício será menor neste mês, mesmo com o reajuste dado pela União. Segundo a prefeitura, o valor diminuiu porque saíram mais famílias do que entraram no programa.

Ajuda extra
Quem depende do Bolsa Família vê no reajuste uma ajuda a mais para sobreviver. Desempregada há sete meses, Lucimara de Macedo da Luz, 25, solteira, moradora do bairro Ipiranga, em Ribeirão, contava com a ajuda do pai para sustentar os filhos.
Agora, só depende do benefício, porque o pai morreu há um mês. Ela recebe R$ 60 do Bolsa Família, sendo R$ 20 de cada um dos três filhos. "Se o benefício já era importante para o nosso sustento, agora ficou mais."
Também sem emprego, Jaqueline Karine Archanjo, 24, solteira, só conta com R$ 122 mensais do programa federal para sustentar os quatro filhos -ela está grávida do quinto. "O dinheiro que vier a mais ajuda. São mais dois pacotes de arroz que posso comprar."


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