Ribeirão Preto, Domingo, 19 de Setembro de 2010

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Deputados-candidatos gastam R$ 4,1 mi

Verbas de gabinete não incluem salários e foram usadas para viagens, impressão de materiais e combustíveis

Políticos fizeram 761 projetos e propostas, a maioria deles "sem relevância", segundo a Transparência Brasil

ARARIPE CASTILHO
DE RIBEIRÃO PRETO

Os seis deputados estaduais da região candidatos à reeleição gastaram, juntos, R$ 4,1 milhões com as "verbas indenizatórias" ou "de gabinete" entre março de 2007, quando tomaram posse, e agosto deste ano.
O valor não inclui salários e envolve despesas com impressão de materiais, viagens, combustíveis e hospedagens, entre outros. Os gastos são pagos pelos deputados, que depois pedem reembolso à Assembleia.
No mesmo período, Baleia Rossi (PMDB), Gilson de Souza (DEM), Rafael Silva (PDT), Roberto Engler (PSDB), Roberto Massafera (PSDB) e Uebe Rezeck (PMDB) fizeram, também juntos, 761 projetos de lei e outras propostas.
A maior parte dessa produção, no entanto, é considerada "sem relevância" pela ONG Transparência Brasil, que acompanha o trabalho de deputados de todo o país.
A ONG considera irrelevantes homenagens a pessoas e instituições, batismos de locais públicos, títulos como cidade-símbolo, cidade-irmã e convocações para sessões solenes e especiais.
Engler foi quem mais reembolsou verbas indenizatórias. Foram R$ 750,02 mil em 42 meses de mandato, conforme levantamento feito pela Folha. No site do projeto Excelências, do Transparência Brasil, Engler aparece como autor de 62 propostas, 50% sem relevância.
O campeão de projetos irrelevantes, porém, foi outro tucano. Massafera tem 177 projetos e 79% deles foram classificados pela ONG no grupo das sem relevância para a sociedade. Indenizatórias: R$ 740,07 mil.
Entre os deputados da região, o segundo em quantidade de propostas sem importância no ranking é Uebe Rezeck, com 78% de irrelevância entre 142 textos apresentados na legislatura.
Rafael Silva é o parlamentar-candidato mais produtivo entre os locais (241 projetos), mas tem 70% de proposições não relevantes. O pedetista pediu reembolso de R$ 717,84 mil.
Os deputados Gilson de Souza e Baleia Rossi tiveram, respectivamente, gastos de R$ 639,52 mil e R$ 527,9 mil e registraram percentuais de propostas sem relevância de 44% para o primeiro e 27% para o segundo.


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