Ribeirão Preto, Domingo, 19 de Setembro de 2010

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Barulho e racha põem postos na mira

Folha flagra carros com som alto e pessoas empinando motos próximo a lojas de conveniência de Ribeirão

PM diz que ação cabe à Transerp, que alega o contrário; Fiscalização Geral afirma que não pode multar nas ruas

DE RIBEIRÃO PRETO

Sexta-feira, 22h. Começa na noite de Ribeirão Preto uma verdadeira briga de gato e rato. Quem "caça" é a Polícia Militar. Quem foge são os donos de motos e carros e fãs de lojas de conveniência de postos de combustíveis. E quem perde, invariavelmente, é a população.
O barulho gerado pelo público que se concentra dentro e em volta de postos, com som alto e até rachas, incomoda vizinhos a madrugada inteira. Polícia Militar e prefeitura não se entendem sobre de quem é a responsabilidade de punir os barulhentos.
Pelo menos cinco postos são alvo de reclamações de moradores, segundo o chefe do Departamento de Fiscalização Geral, Oswaldo Braga.
As denúncias cresceram há dois meses, principalmente sobre o posto Portal da Presidente, localizado entre as avenidas Presidente Vargas e Nove de Julho. Cansados de noites em claro, moradores de prédios vizinhos marcaram uma reunião com a prefeita Dárcy Vera (DEM).
A prefeita acionou a polícia, que prometeu uma reunião com os reclamantes.
A Folha esteve no posto entre a noite de sexta-feira e a madrugada de sábado passado. Perto de meia-noite, toda a área do posto já estava tomada de carros e pessoas circulando. Nas ruas do entorno, não era diferente: todas ocupadas por motos e carros.
Do outro lado da Presidente Vargas, jovens se aglomeravam, muitos com capacetes nas mãos, como se esperassem por um desfile de rua.
E o desfile não demora a começar. Motos passaram empinando, fazendo barulho com o escapamento aberto. Um carro com som alto se arrisca ao estacionar e abrir o porta-malas.
Com a chegada da polícia, em três minutos, motos e carros saem devagar. As pessoas se dispersam. Policiais abordam o público presente, revistam documentos.
Sai a polícia. Pouco a pouco, as avenidas voltam a ganhar motos e, num instante, estão todos de volta ao posto. E retorna o show de motos sob apenas uma roda. Mas a polícia volta e o público se dispersa novamente.
A Folha vê o vai e vem se repetir mais uma vez. Além do barulho, um dos vizinhos, que pede para não ser identificado, conta que casais chegam a praticar sexo atrás do amontoado de carros.
Naquela noite, a polícia revistou 15 pessoas e apreendeu uma moto por falta de licenciamento. Multas por barulho? Zero.
(JULIANA COISSI)


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