Remuneração paga aos fornecedores não foi suficiente para cobrir custos

Esalq diz que a região de Sertãozinho teve as maiores despesas; prejuízo é estimado em R$ 1.346 por hectare

DE RIBEIRÃO PRETO

A remuneração paga aos fornecedores de cana-de-açúcar não foi suficiente para cobrir o custo total de produção na safra 2009/2010. A região de Sertãozinho foi a que apresentou custos mais elevados ao produtor na safra.
A constatação é resultado de um estudo realizado pela Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz), da USP, em parceria com a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil).
A situação de Sertãozinho, onde o estudo apontou um custo de produção de R$ 5.598 por hectare, é resultado, principalmente, dos altos preços do arrendamento.
Como o valor médio recebido pelos produtores da região foi de R$ 4.252 por hectare, houve um prejuízo de R$ 1.346/hectare, em média.
Segundo o pesquisador Leonardo Botelho Zílio, da Esalq, o valor do arrendamento de terra em Sertãozinho, na faixa de R$ 1.134 por hectare, é o maior do país.
"As terras dessa região são as mais valorizadas do Brasil, por isso o valor do arrendamento tem um custo alto." Zílio afirma ainda que os preços de aluguel de máquinas para realizar operações mecanizadas também é mais alto do que a média do país.
A pesquisa foi realizada em 19 regiões canavieiras localizadas em dez Estados. Foram coletadas informações técnicas como área de canavial, produção de cana, produtividade, além dos percentuais de plantio e de colheita mecanizados.
Também foram avaliados o número de cortes já realizados em cada canavial e informações.
Dados financeiros ligados à produção e despesas administrativas serviram de base para a realização do cálculo que estimou os custos dos produtores de cana-de-açúcar em cada região.
(HÉLIA ARAUJO)


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