Ribeirão Preto, Sexta-feira, 19 de Dezembro de 2008

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Tiroteio de gangues em LAN House deixa dois mortos

Crime eleva para oito o total de assassinatos registrados neste ano em Guaíra

PM afirma que há 2 meses existe uma disputa de dois grupos, que têm seus núcleos nos bairros Bom Jesus e Vila Aparecida

JULIANA COISSI
DA FOLHA RIBEIRÃO

Uma rixa entre dois grupos rivais que amedronta Guaíra há dois meses, segundo a Polícia Militar, fez mais duas vítimas anteontem à noite. Dois homens morreram numa troca de tiros dentro de uma LAN House, no bairro Aniceto, na periferia da cidade.
O crime eleva para oito o total de homicídios dolosos em Guaíra, cidade de 38 mil habitantes, este ano. O número é superior, por exemplo, ao total de assassinatos da vizinha Barretos, que tem cerca de 110 mil.
Barretos teve apenas três assassinatos entre janeiro e setembro deste ano e somente sete no ano passado, de acordo com a Secretaria de Estado da Segurança Pública.
Segundo a PM, dois rapazes, ocultando o rosto com camisetas, entraram na LAN House atirando em Carlos Eurípedes Machado Alvarenga, 27, que seria um traficante de drogas.
Mesmo ferido no rosto, no braço e no abdome, ele sacou sua arma e atirou num dos agressores, Carlos Robson de Holanda Palhares, 22, que também seria traficante.
Os dois fugiram da LAN House, mas Palhares andou 70 m e caiu no chão. O que o acompanhava, que não foi identificado, pegou sua arma e fugiu.
Palhares morreu a caminho do hospital. Alvarenga chegou a ser socorrido na Santa Casa, mas morreu antes de passar por cirurgia. O crime teria sido um acerto de contas de outro assassinato ocorrido em novembro.
Segundo o comandante da PM em Guaíra, primeiro-tenente Paulo César Frugeri, há dois meses existe uma disputa de dois grupos rivais, que têm seus núcleos nos bairros Bom Jesus e Vila Aparecida.
A suspeita da polícia é que o racha começou por um desentendimento das duas turmas, até então unidas, que participaram de um assalto em Minas Gerais. "Desde então, um grupo provoca o outro, fazendo disparos nas casas uns dos outros", disse Frugeri.
Guaíra é uma cidade de poucos recursos: 42% das famílias sobrevive com um a dois salários mínimos, segundo a diretora do Serviço de Promoção Social da prefeitura, Márcia Angélica Vieira, 44. "Essas mortes acho que não têm a ver com pobreza. É tudo questão de tráfico de drogas, de vingança entre eles."


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