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Tiroteio de gangues em LAN House deixa dois mortos
Crime eleva para oito o total de assassinatos registrados neste ano em Guaíra
PM afirma que há 2 meses existe uma disputa de dois grupos, que têm seus núcleos nos bairros Bom Jesus e Vila Aparecida
JULIANA COISSI
DA FOLHA RIBEIRÃO
Uma rixa entre dois grupos
rivais que amedronta Guaíra há
dois meses, segundo a Polícia
Militar, fez mais duas vítimas
anteontem à noite. Dois homens morreram numa troca de
tiros dentro de uma LAN House, no bairro Aniceto, na periferia da cidade.
O crime eleva para oito o total de homicídios dolosos em
Guaíra, cidade de 38 mil habitantes, este ano. O número é
superior, por exemplo, ao total
de assassinatos da vizinha Barretos, que tem cerca de 110 mil.
Barretos teve apenas três assassinatos entre janeiro e setembro deste ano e somente sete no ano passado, de acordo
com a Secretaria de Estado da
Segurança Pública.
Segundo a PM, dois rapazes,
ocultando o rosto com camisetas, entraram na LAN House
atirando em Carlos Eurípedes
Machado Alvarenga, 27, que seria um traficante de drogas.
Mesmo ferido no rosto, no
braço e no abdome, ele sacou
sua arma e atirou num dos
agressores, Carlos Robson de
Holanda Palhares, 22, que também seria traficante.
Os dois fugiram da LAN House, mas Palhares andou 70 m e
caiu no chão. O que o acompanhava, que não foi identificado,
pegou sua arma e fugiu.
Palhares morreu a caminho
do hospital. Alvarenga chegou a
ser socorrido na Santa Casa,
mas morreu antes de passar
por cirurgia. O crime teria sido
um acerto de contas de outro
assassinato ocorrido em novembro.
Segundo o comandante da
PM em Guaíra, primeiro-tenente Paulo César Frugeri, há
dois meses existe uma disputa
de dois grupos rivais, que têm
seus núcleos nos bairros Bom
Jesus e Vila Aparecida.
A suspeita da polícia é que o
racha começou por um desentendimento das duas turmas,
até então unidas, que participaram de um assalto em Minas
Gerais. "Desde então, um grupo
provoca o outro, fazendo disparos nas casas uns dos outros",
disse Frugeri.
Guaíra é uma cidade de poucos recursos: 42% das famílias
sobrevive com um a dois salários mínimos, segundo a diretora do Serviço de Promoção
Social da prefeitura, Márcia
Angélica Vieira, 44. "Essas
mortes acho que não têm a ver
com pobreza. É tudo questão
de tráfico de drogas, de vingança entre eles."
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