Ribeirão Preto, Sábado, 19 de dezembro de 1998

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MEIO AMBIENTE
Usina é a primeira do Brasil a ser construída com investimentos estatal e da iniciativa privada
FHC inaugura hidrelétrica em Igarapava

CRISTIANE BARÃO
enviada especial a Igarapava

O presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) colocou ontem em funcionamento a primeira das cinco turbinas da Usina Hidrelétrica de Igarapava construída no rio Grande, na divisa dos Estados de São Paulo e Minas Gerais.
A usina é a primeira do Brasil com investimentos estatal e da iniciativa privada. Além da Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais), participam do consórcio a Mineração Morro Velho, Grupo Votorantin e CSN (Companhia Siderúrgica Nacional).
Toda a energia gerada pela usina, cerca de 220 megawatts por dia, será direcionada a essas empresas no sistema conhecido como energia contratada. O investimento foi de US$ 237 milhões e todas as cinco turbinas da hidrelétrica estarão em funcionamento em agosto de 99.
A produção é suficiente para abastecer cerca de 25 mil casas.
Segundo o diretor financeiro da Morro Velho, Fábio Bueno Araújo, a usina deve proporcionar uma economia de R$ 400 mil por mês de energia elétrica, uma redução de 5% no gasto total.
De acordo com o presidente da Cemig, José da Costa Carvalho Neto, a usina foi inaugurada três meses e meio antes do cronograma.
Ele nega que a antecipação da entrega da obra tenha relação com o fato do governador mineiro Eduardo Azeredo (PSDB) estar deixando o cargo no final do mês.
O tucano não conseguiu se reeleger. De acordo com o presidente Fernando Henrique, essa foi a última cerimônia pública em que ele se encontrou com Azeredo.
A comitiva do presidente FHC era formada por 38 pessoas -nove senadores e seis deputados federais, secretários e ministros, entre eles Raimundo Brito (Minas e Energia), Juarez Quadro (interino das Comunicações) e Edward Amadeo (Trabalho).

Discurso
Durante seu discurso, o presidente disse que a inauguração da usina só foi possível por causa da quebra do monopólio e dos programas de concessão, aprovados pelo Congresso. Ele se referiu às forças contrárias a esses programas como sendo "fantasmas".
"Há um Brasil confiante, que não pode deixar se perder nem pelas vozes do passado nem muito a fantasmas que reaparecem. Não devemos nos assustar com fantasmas. Eles passam também."



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