Ribeirão Preto, Quinta-feira, 20 de Janeiro de 2011

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Estrutura ameaça 80 casas em Araraquara

Imóveis da CDHU foram entregues há cinco anos, mas problema surgiu no segundo semestre do ano passado

Telhado de duas das residências já caiu e outras 78 apresentam risco de desabamento, segundo a Defesa Civil

Vinícius Oliveira/Folhapress
A dona de casa Edneide Santos de Sousa, 37, mostra rachaduras que se formaram em sua casa; abaixo, vigas grampeadas

HÉLIA ARAUJO
ENVIADA ESPECIAL A ARARAQUARA

Pelo menos 25% das 320 casas construídas pela CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) em Araraquara, no jardim Alto de Pinheiros 1, têm problemas estruturais que resultaram na queda dos telhados de duas residências e deixaram outras 78 com risco de desabamento.
O coordenador da Defesa Civil, Edson Alves, constatou que o problema ocorre em todas as casas de três das quadras do empreendimento e se tornou perceptível depois da instalação dos aquecedores solares nos imóveis.
O peso do equipamento, superior a 200 kg e instalado há cinco meses, fez com que os problemas na estrutura dos telhados fossem detectados pelos moradores. Segundo Alves, o madeiramento é inadequado quanto à dimensão e ainda tem o agravante de emendas impróprias para esse tipo de construção.
"Fizemos a vistoria com um engenheiro da prefeitura e constatamos que a madeira usada na estrutura das casas é de baixa resistência."
Segundo os moradores, o problema ocorre em 80 das 320 casas porque elas foram construídas por uma empresa que deixou a obra. O conjunto foi então concluído por outra empreiteira, que utilizou as dimensões corretas no madeiramento do telhado no restante das residências.
O aposentado Olívio Aparecido Vieira Barbosa, 47, morador da rua João Telles dos Santos, conta que o telhado chega a se mover durante ventanias. "Fico aqui em casa apavorado e tendo prejuízo com os móveis, que acabam estragando por causa da água da chuva que entra durante os temporais."

RISCO
O laudo elaborado pela Defesa Civil mostra que as madeiras usadas na construção têm dimensões muito reduzidas para a armação adequada de um telhado. Além disso, elas são emendadas com chapas de 10 cm2, inadequadas para essa finalidade.
"Não vamos pedir, neste momento, a interdição das casas, mas se a situação continuar assim há, claramente, risco de a estrutura não aguentar", disse Alves.
Ainda de acordo com o coordenador da Defesa Civil, é necessário estruturar a cobertura do imóvel antes de ser feita a instalação do aquecedor solar, já que o madeiramento atual pode não suportar o peso e as residências podem desabar.
O conjunto foi construído há aproximadamente cinco anos ao custo de R$ 34 mil para cada residência, com dois quartos, sala, cozinha e banheiro. Cada morador paga entre R$ 55 e R$ 140 por mês do financiamento.
Os laudos da vistoria da Defesa Civil serão usados pelos moradores para reivindicar soluções junto à CDHU, que alegou desconhecer as queixas.
Um abaixo-assinado também está sendo elaborado pelos moradores e deve ser entregue na companhia já na próxima semana.

Colaborou LIGIA SOTRATTI


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