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CPI quer "carimbar" a verba pública da Feira do Livro
Proposta é que os R$ 500 mil sejam usados apenas para projetos que envolvam os artistas locais
VERIDIANA RIBEIRO
DA FOLHA RIBEIRÃO
A CPI instalada na Câmara
de Ribeirão Preto para apurar
denúncias de irregularidades
nas contas da Feira do Livro do
ano passado quer "carimbar" a
verba pública municipal repassada à Fundação Feira do Livro. A entidade realiza o evento
há três edições e, em 2009, recebeu R$ 500 mil da prefeitura.
A proposta foi feita ontem
pelo presidente da CPI, Walter
Gomes (PR), durante depoimento da secretária da Cultura
de Ribeirão, Adriana Silva. O
vereador pretende exigir que os
R$ 500 mil que a prefeita Dárcy
Vera (DEM) promete repassar
este ano ao evento sejam utilizados exclusivamente para
projetos da feira que envolvam
artistas locais.
O dinheiro, diz Gomes, ficaria sob a gestão da Secretaria da
Cultura ou do Instituto do Livro e não mais da fundação. O
valor é um quinto do orçamento da feira realizada no ano passado e 6% de todo orçamento
reservado à à Cultura em 2009.
Questionada pelo presidente
da CPI sobre a proposta, a secretária da Cultura disse que
seria "fantástico" poder destinar R$ 500 mil a artistas locais,
mas que retirar o recurso do
projeto da fundação para a Feira do Livro deste ano pode causar prejuízos ao evento.
"É uma visão muito reducionista essa. Será que os escritores locais não se beneficiam da
quantidade de público que vai
ao evento [por causa de atrações nacionais]?"
Dentre os artistas nacionais
que participaram no evento em
2009, por exemplo, estavam
Toquinho, Maria Rita, além dos
escritores Pedro Bandeira e
Fernando Morais.
Isabel de Farias, presidente
da Fundação Feira do Livro,
afirmou que a entidade pode
recusar o recurso municipal,
caso ele não seja destinado ao
projeto original elaborado para
a feira deste ano.
A fundação é acusada pela
CPI de superfaturar orçamentos. Ontem, os donos da empresa Stand Up, que montou os estandes da feira no ano passado,
afirmaram que o orçamento repassado à fundação era de R$
453 mil, mas teve desconto de
R$ 33 mil. Logo depois, a empresa executou serviços "extras" no valor de R$ 61 mil.
Nos depoimentos, outras
duas empresas apresentaram
orçamentos menores para o
serviço. A presidente da Feira
do Livro, que já negou diversas
vezes que tenha havido superfaturamento, disse que não fala
mais sobre esse assunto.
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