Ribeirão Preto, Sábado, 20 de Março de 2010

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CPI quer "carimbar" a verba pública da Feira do Livro

Proposta é que os R$ 500 mil sejam usados apenas para projetos que envolvam os artistas locais

VERIDIANA RIBEIRO
DA FOLHA RIBEIRÃO

A CPI instalada na Câmara de Ribeirão Preto para apurar denúncias de irregularidades nas contas da Feira do Livro do ano passado quer "carimbar" a verba pública municipal repassada à Fundação Feira do Livro. A entidade realiza o evento há três edições e, em 2009, recebeu R$ 500 mil da prefeitura.
A proposta foi feita ontem pelo presidente da CPI, Walter Gomes (PR), durante depoimento da secretária da Cultura de Ribeirão, Adriana Silva. O vereador pretende exigir que os R$ 500 mil que a prefeita Dárcy Vera (DEM) promete repassar este ano ao evento sejam utilizados exclusivamente para projetos da feira que envolvam artistas locais.
O dinheiro, diz Gomes, ficaria sob a gestão da Secretaria da Cultura ou do Instituto do Livro e não mais da fundação. O valor é um quinto do orçamento da feira realizada no ano passado e 6% de todo orçamento reservado à à Cultura em 2009.
Questionada pelo presidente da CPI sobre a proposta, a secretária da Cultura disse que seria "fantástico" poder destinar R$ 500 mil a artistas locais, mas que retirar o recurso do projeto da fundação para a Feira do Livro deste ano pode causar prejuízos ao evento.
"É uma visão muito reducionista essa. Será que os escritores locais não se beneficiam da quantidade de público que vai ao evento [por causa de atrações nacionais]?"
Dentre os artistas nacionais que participaram no evento em 2009, por exemplo, estavam Toquinho, Maria Rita, além dos escritores Pedro Bandeira e Fernando Morais.
Isabel de Farias, presidente da Fundação Feira do Livro, afirmou que a entidade pode recusar o recurso municipal, caso ele não seja destinado ao projeto original elaborado para a feira deste ano.
A fundação é acusada pela CPI de superfaturar orçamentos. Ontem, os donos da empresa Stand Up, que montou os estandes da feira no ano passado, afirmaram que o orçamento repassado à fundação era de R$ 453 mil, mas teve desconto de R$ 33 mil. Logo depois, a empresa executou serviços "extras" no valor de R$ 61 mil.
Nos depoimentos, outras duas empresas apresentaram orçamentos menores para o serviço. A presidente da Feira do Livro, que já negou diversas vezes que tenha havido superfaturamento, disse que não fala mais sobre esse assunto.


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