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Médico diz que produtos irregulares podem causar intoxicações, convulsões e até a morte
Edson Silva/Folha Imagem
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Pessoas visitam a Central de Recebimento de Embalagens de Agrotóxicos em Guariba
DA FOLHA RIBEIRÃO
Dor de cabeça, vômito, convulsão, intoxicação crônica e
morte. Essas são algumas das
consequências ao corpo humano do excesso de resíduos em
agrotóxicos irregulares, segundo o médico toxicologista Igor
Vassilief, professor aposentado
do campus de Botucatu da
Unesp.
Em 2001, Vassilief foi o médico escolhido para examinar
200 moradores do Recanto dos
Pássaros, em Paulínia, supostamente contaminados por defensivos agrícolas.
Na época, a Shell assumiu ter
contaminado o aquífero do local com agrotóxicos do tipo
drin, fabricados pela extinta
Shell Química. Os drins são
pesticidas em grãos, usados para matar formigas e cupins em
lavouras. Após o episódio, segundo o médico, passou a ser
proibido no Brasil o uso de
agrotóxicos clorados.
Segundo Vassilief, hortaliças,
frutas e grãos que carregam resíduos de agrotóxicos podem
provocar quadros de intoxicação crônica. A sensibilidade de
cada indivíduo varia, mas em
geral, as pessoas mais sensíveis
à exposição são crianças, idosos
e mulheres.
No caso dos inseticidas fosforados, o excesso bloqueia uma
enzima controladora da acetilcolina, o que gera um aumento
de secreção em diversos órgãos.
No pulmão, esse acúmulo de
secreção nos brônquios provoca dificuldade de respirar. No
intestino, pode produzir cólicas e, no cérebro, náuseas e dor
de cabeça, levando em último
caso à morte.
Já os resíduos de cloro, como
os do caso de Paulínia, provocam vômitos, dores de cabeça,
convulsões e também podem
levar à morte. Segundo Vassilief, inseticidas piretróides,
quando fabricados de forma irregular, acumulam excessos de
resíduos que podem agravar
quadros alérgicos.
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