Ribeirão Preto, Segunda-feira, 20 de Abril de 2009

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Médico diz que produtos irregulares podem causar intoxicações, convulsões e até a morte

Edson Silva/Folha Imagem
Pessoas visitam a Central de Recebimento de Embalagens de Agrotóxicos em Guariba

DA FOLHA RIBEIRÃO

Dor de cabeça, vômito, convulsão, intoxicação crônica e morte. Essas são algumas das consequências ao corpo humano do excesso de resíduos em agrotóxicos irregulares, segundo o médico toxicologista Igor Vassilief, professor aposentado do campus de Botucatu da Unesp.
Em 2001, Vassilief foi o médico escolhido para examinar 200 moradores do Recanto dos Pássaros, em Paulínia, supostamente contaminados por defensivos agrícolas.
Na época, a Shell assumiu ter contaminado o aquífero do local com agrotóxicos do tipo drin, fabricados pela extinta Shell Química. Os drins são pesticidas em grãos, usados para matar formigas e cupins em lavouras. Após o episódio, segundo o médico, passou a ser proibido no Brasil o uso de agrotóxicos clorados.
Segundo Vassilief, hortaliças, frutas e grãos que carregam resíduos de agrotóxicos podem provocar quadros de intoxicação crônica. A sensibilidade de cada indivíduo varia, mas em geral, as pessoas mais sensíveis à exposição são crianças, idosos e mulheres.
No caso dos inseticidas fosforados, o excesso bloqueia uma enzima controladora da acetilcolina, o que gera um aumento de secreção em diversos órgãos.
No pulmão, esse acúmulo de secreção nos brônquios provoca dificuldade de respirar. No intestino, pode produzir cólicas e, no cérebro, náuseas e dor de cabeça, levando em último caso à morte.
Já os resíduos de cloro, como os do caso de Paulínia, provocam vômitos, dores de cabeça, convulsões e também podem levar à morte. Segundo Vassilief, inseticidas piretróides, quando fabricados de forma irregular, acumulam excessos de resíduos que podem agravar quadros alérgicos.


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