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Região tem queda de 25% nas exportações em julho
Vendas somaram US$ 248,9 milhões no mês; em 2008, foram US$ 331 milhões
Cidades que tiveram maior queda são as ligadas à citricultura; indústria enfrenta baixa demanda e concorrência da Flórida
ROBERTO MADUREIRA
DA FOLHA RIBEIRÃO
Enquanto outros indicadores econômicos, como empregos formais e ações na bolsa,
apontaram início de recuperação em julho, o total arrecadado com exportações nas dez
maiores cidades da região no
período foi 25% menor do que o
registrado no mesmo mês do
ano passado.
Os exportadores da região
embarcaram mercadorias no
valor de US$ 248,9 milhões nos
30 dias do mês passado. Em julho de 2008, foram exportados
US$ 331 milhões. Os dados são
do Ministério do Desenvolvimento e Comércio Exterior.
Das dez maiores cidades, sete
apresentaram queda nas vendas, enquanto Araraquara, Sertãozinho e Jaboticabal, as duas
últimas apoiadas na indústria
de álcool e açúcar, conseguiram
exportar mais.
As importações na mesma
região caíram 7%. A região também teve queda, de 27%, no saldo da balança comercial (exportações menos importações). O saldo do mês passado
foi positivo em US$ 212 milhões. Em 2008, a diferença foi
de US$ 292 milhões.
De janeiro a julho, o resultado da região em exportações
também segue negativo. Em
2008, as dez maiores cidades
haviam vendido pouco mais de
US$ 2 bilhões. Nos primeiros
sete meses deste ano, foram exportados US$ 1,6 bilhão.
Em Ribeirão Preto, a queda
foi de 15%, na comparação entre os meses de julho. Para o diretor do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) em Ribeirão, Fabiano Guimarães, a imprevisibilidade das
taxas de câmbio é a responsável
pelo mau desempenho.
"Desde setembro do ano passado, o câmbio já variou fortemente três vezes. Isso prejudica o planejamento e o impacto
varia de setor para setor."
Para Guimarães, a queda em
Ribeirão foi menor do que a
média pelo fato de a indústria
da cidade não ser centralizada
em apenas um segmento, produto ou matéria-prima.
As cidades que mais sofreram foram as ligadas à citricultura. Além dos problemas causados pela crise geral da economia, elas se dizem afetadas pelos preços baixos e pela queda
na demanda mundial.
Segundo Christian Lobauer,
diretor da Citrus BR, entidade
que representa as indústrias do
setor que atuam no Brasil, os
dados mostram que a queda em
quantidade não foi tão grande,
mas, em lucratividade, variou
de 40% a 60% em cada empresa.
"O preço é ruim pois o quadro
do suco no mundo é ruim. Temos queda recorrente na demanda e excesso de estoque,
além da concorrência da Flórida, que voltou a ter um aumento
na safra", afirmou.
Em Franca, onde as exportações são apoiadas na indústria
calçadista, houve queda de 29%
nas vendas.
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