Ribeirão Preto, Quinta-feira, 20 de Agosto de 2009

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Região tem queda de 25% nas exportações em julho

Vendas somaram US$ 248,9 milhões no mês; em 2008, foram US$ 331 milhões

Cidades que tiveram maior queda são as ligadas à citricultura; indústria enfrenta baixa demanda e concorrência da Flórida


ROBERTO MADUREIRA
DA FOLHA RIBEIRÃO

Enquanto outros indicadores econômicos, como empregos formais e ações na bolsa, apontaram início de recuperação em julho, o total arrecadado com exportações nas dez maiores cidades da região no período foi 25% menor do que o registrado no mesmo mês do ano passado.
Os exportadores da região embarcaram mercadorias no valor de US$ 248,9 milhões nos 30 dias do mês passado. Em julho de 2008, foram exportados US$ 331 milhões. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento e Comércio Exterior.
Das dez maiores cidades, sete apresentaram queda nas vendas, enquanto Araraquara, Sertãozinho e Jaboticabal, as duas últimas apoiadas na indústria de álcool e açúcar, conseguiram exportar mais.
As importações na mesma região caíram 7%. A região também teve queda, de 27%, no saldo da balança comercial (exportações menos importações). O saldo do mês passado foi positivo em US$ 212 milhões. Em 2008, a diferença foi de US$ 292 milhões.
De janeiro a julho, o resultado da região em exportações também segue negativo. Em 2008, as dez maiores cidades haviam vendido pouco mais de US$ 2 bilhões. Nos primeiros sete meses deste ano, foram exportados US$ 1,6 bilhão.
Em Ribeirão Preto, a queda foi de 15%, na comparação entre os meses de julho. Para o diretor do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) em Ribeirão, Fabiano Guimarães, a imprevisibilidade das taxas de câmbio é a responsável pelo mau desempenho.
"Desde setembro do ano passado, o câmbio já variou fortemente três vezes. Isso prejudica o planejamento e o impacto varia de setor para setor."
Para Guimarães, a queda em Ribeirão foi menor do que a média pelo fato de a indústria da cidade não ser centralizada em apenas um segmento, produto ou matéria-prima.
As cidades que mais sofreram foram as ligadas à citricultura. Além dos problemas causados pela crise geral da economia, elas se dizem afetadas pelos preços baixos e pela queda na demanda mundial.
Segundo Christian Lobauer, diretor da Citrus BR, entidade que representa as indústrias do setor que atuam no Brasil, os dados mostram que a queda em quantidade não foi tão grande, mas, em lucratividade, variou de 40% a 60% em cada empresa.
"O preço é ruim pois o quadro do suco no mundo é ruim. Temos queda recorrente na demanda e excesso de estoque, além da concorrência da Flórida, que voltou a ter um aumento na safra", afirmou.
Em Franca, onde as exportações são apoiadas na indústria calçadista, houve queda de 29% nas vendas.


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