Ribeirão Preto, Sábado, 20 de Agosto de 2011 |
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Por conta própria, dez cidades de SP bancam campanha antirrábica Municípios alegam não poder esperar definição de data, pois vacinação de 2010 foi prejudicada Para o Estado de São Paulo, campanha, que seria em setembro, está sem data definida pelo Ministério da Saúde
bancada pelas prefeituras, brinca com animais na ONG LEANDRO MARTINS DE RIBEIRÃO PRETO A indefinição sobre a vacinação de cães e gatos no Estado, em razão de atraso no repasse de vacinas pelo Ministério da Saúde, fez municípios iniciarem campanhas isoladas de imunização com doses compradas pelas próprias prefeituras. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, ao menos dez municípios informaram sobre a realização de campanhas. A pasta não forneceu as cidades - a Folha apurou que Limeira é uma delas. O número pode ser maior porque as prefeituras não são obrigadas a informar o procedimento. Na região de Ribeirão, Jardinópolis planeja bancar a campanha. Sua Secretaria da Saúde diz que fará isso caso as doses do ministério não cheguem logo. Outra cidade, Sertãozinho, só não a realizou porque afirma não ter encontrado vacinas para compra. Tanto a Secretaria de Estado da Saúde quanto o ministério dizem que as prefeituras têm autonomia para realizar as campanhas. GASTOS DESNECESSÁRIOS O Ministério da Saúde diz, porém, que os recursos gastos com a compra da vacina antirrábica poderiam ser usados pelos municípios em outras áreas, pois, segundo afirma, as doses fornecidas pela União serão entregues em breve. No ano passado, a campanha de vacinação de cães e gatos foi suspensa depois que houve um número excessivo de reações, que causaram mortes e efeitos colaterais graves nos animais. Neste ano, a campanha estava prevista para setembro, mas, em julho, o ministério alterou o cronograma, o que deixou o Estado de São Paulo sem data definida. O argumento do ministério é que houve atraso no calendário para que a vacina antirrábica passasse por um processo detalhado de purificação, para evitar as reações registradas no ano passado. AÇÃO PRÓPRIA O médico veterinário do Centro de Controle de Zoonoses de Limeira Hilton Lang disse que a prefeitura decidiu fazer a campanha por prevenção. "Como não ocorreu [a campanha] em 2010, poderia ser o segundo ano sem a vacinação, isso era uma preocupação", afirmou. A campanha durou 15 dias e já terminou na área urbana -ainda falta a zona rural. Em Sertãozinho, o coordenador do Núcleo de Controle de Zoonoses, João Luiz Longhi, disse que chegou a procurar a vacina para comprar, mas não conseguiu. Por isso, enquanto espera pelas doses que serão entregues pelo ministério, o órgão ampliou o monitoramento. A cidade nunca teve casos de raiva em cães e gatos, mas, em 2009, houve registro da doença em morcegos. A presidente da AVA (Associação Vida Animal), Maria Cristina Dias, vê problema nas campanhas realizadas de forma isolada. "Pode até ter o lado positivo das prefeituras assumindo essa responsabilidade, mas pode ter um problema sobre a qualidade da vacina", afirmou a ativista. Para ela, a realização da campanha nacional torna mais fácil o controle da qualidade. "Em 2010, por exemplo, quando deu o problema, o próprio ministério cancelou [a vacinação]." Próximo Texto: Memória: Reações graves suspenderam a vacina em 2010 Índice | Comunicar Erros |
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